sábado, 19 de maio de 2012

MATA (DE) DOR


MATA (DE) DOR


Fazem-se do chão ermidas
Ombreiras de portas abertas
De madeiras retorcidas
Das árvores já libertas

Tombadas no chão lavado
Por corrente misteriosa
Dum cinismo amarrotado
Por gente tão espinhosa

Uivam os lobos no mato
Galinha de fricassé
Não mata-fome a gato
Na venda do meu tio Zé

Águia que voa a pino
Em donzela que s’acoita
Lê nas corujas destino
Escondido atrás de moita

A misericórdia senhor
Agua-benta que chuva dá
Tolhe madeira o calor
Sem folhas p’ra fazer chá.


ARIEH  NATSAC

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