LÁ VEM O ZÉ DO
TRABALHO
Lá vem o Zé do
trabalho
Com a marmita
atrelada
Duma carta sem baralho
Vem da vida
embaralhada
Caixa de vidro
partido
Reluz na
escuridão
Batendo à porta
ferido
Como ceara sem
pão
Caminha sem ter
sapato
Pisando pedra do
chão
Come restos sem
ter prato
Mesmo que seja no
V'rão
Suspira d’olhos
cerrados
Silêncio sem
ter voz
Com os dedos tão
cravados
Na terra de seus
avós
Part’a pedra dos
desgostos
Vestidos mesmo
sem roupa
Vão-se magoas em
mostos
Que lhe refrescam
a boca.
ARIEH NATSAC
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