sexta-feira, 18 de maio de 2012

LÁ VEM O ZÉ DO TRABALHO


LÁ VEM O ZÉ DO TRABALHO


Lá vem o Zé do trabalho
Com a marmita atrelada
Duma carta sem baralho
Vem da vida embaralhada

Caixa de vidro partido
Reluz na escuridão
Batendo à porta ferido
Como ceara sem pão

Caminha sem ter sapato
Pisando pedra do chão
Come restos sem ter prato
Mesmo que seja no V'rão

Suspira d’olhos cerrados
Silêncio sem ter voz
Com os dedos tão cravados
Na terra de seus avós

Part’a pedra dos desgostos
Vestidos mesmo sem roupa
Vão-se magoas em mostos
Que lhe refrescam a boca.


ARIEH  NATSAC

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