FOME…
Amortizam-se as
maldições
Nos bancos
céticos da vida
Lançam nos ventos
pregões
Numa paixão bem
sofrida
Solidão; milhões
de devotos
Que dos gritos
arrastam os restos
Telúricos de negros esgotos
Parasitas que
voam bem lestos
Viajam na Somália
ou Ruanda
Turismo sentido; carne viva
Sem bilhetes sem
propaganda
Nem hotéis numa
objectiva
Terras que fedem
os cativos
Areias suculentas
desespero
Lume que seca o
negativo
De cores sem ter
esmero
Olhos que
vão gravitando nada
Numa barrela de pestes
águas
Tarde noite que triste apaga
Contra rochedos
secos por mágoas.
ARIEH NATSAC
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