domingo, 13 de maio de 2012

FOME


FOME…


Amortizam-se as maldições
Nos bancos céticos da vida
Lançam nos ventos pregões
Numa paixão bem sofrida

Solidão; milhões de devotos
Que dos gritos arrastam os restos
Telúricos de negros esgotos
Parasitas que voam bem lestos

Viajam na Somália ou Ruanda
Turismo sentido; carne viva
Sem bilhetes sem propaganda
Nem hotéis numa objectiva

Terras que fedem os cativos
Areias suculentas desespero
Lume que seca o negativo
De cores sem ter esmero

Olhos que vão gravitando nada
Numa barrela de pestes águas
Tarde noite que triste apaga
Contra rochedos secos por mágoas.



ARIEH  NATSAC

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