domingo, 22 de maio de 2011

FUI AO BAILE

FUI AO BAILE…..



Fui ao baile contigo dançar…
Teu corpo se envolveu com o meu
Senti-me leve não sei que pensar
Bailámos até encontrarmos Morfeu


Dissemos palavras doces por inventar
Fundimos nossos desejos num só
Nossos corações pulsaram sem parar
Numa escala de mim sem ter dó


Foste gota de água que em mim brotou
Num fontanário onde eu fui beber
Delírios de uma sede que me consolou


Mas não me fartou… por te desejar
E tu qual flor que soube colher
Num delírio me soubeste perfumar.


                                                        ARIEH  NATSAC


quarta-feira, 18 de maio de 2011

FUTURO NEGRO




FUTURO NEGRO…




Nas asas de uma negra andorinha
Voo sobre um campo de puras açucenas
Deixo lágrimas pedaços de penas minhas
Contemplo tudo o resto em noites serenas


A lua faz-me companhia na minha solidão
As estrelas me iluminam o meu desejo
Sonho com dias calmos que se foram
Abraçando meus pensamentos com um beijo


O teu perfume já não o sinto foi quimera
Que o tempo afastou para o não sentir
Afastando-se dele como ruim primavera


Que não traga amor mais do que fora
Princípio de um fim que há-de cobrir
Um futuro que há-de chegar…e ir embora.


                          ARIEH  NATSAC

OS BICHOS




OS “BICHOS”



No mundo da nossa bicharada
Há quem diga cobras e lagartos
Fazendo da vida uma macacada
Tornando-nos uns alegres patos


Há girafas de pescoço tão alto
Porcos que chafurdam no imundo
Cavalos de corrida no asfalto
Tordos que caem num só segundo


Cães que ladram e não mordem
Gatas que “ciam” sem parança
Bois que berram mas não marram


Porque há cabras que tudo comem
Leões que atacam na medrança
Meigas donzelas que não param.


SABOR AMARGO


SABOR AMARGO…



Ouvem-se as bombardas na madruga
Em auroras de ócio onde te castigas
Na calada na noite como tartaruga
Pachorrenta. Deslizas num campo de urtigas


Esfaqueia-se o tempo em céu aberto
Há suspiros que se dão sem terem história
Labirintos de raposas em mato incerto
Que mastigam num repasto sem memória


Mergulham em pó de talco e se ocultam
Só lhe vimos na escuridão oiro dos dentes
Mastigando numa sala doiradas sementes


Tendo o sabor amargo de que resultam
Acidez de família enlatada em réstia de cebolas
Que se penduram em seu nome de lantejoulas…


ARIEH  NATSAC

A REVOLTA DOS SAPOS

A REVOLTA DOS SAPOS…



Tiro a espada sem ter bainha
Corto o vento em mil pedaços
Numa fúria que se continha
Não tendo pernas nem braços


Bebo copos de zimbro ou cicuta
Para fazer digestões bem amargas
Travo com o desespero árdua luta
Num terreiro cheio de ervas bravas


Como o sol quando ele se esconde
Num braseiro que não se apaga
Ofereço safiras sem ter a paga


Em tapetes de vergel sem que se monde
Entre multidões de sapos ressequidos
Cantando seus hinos bem aturdidos.


                  ARIEH  NATSAC




UM SÓ DESEJO


UM SÓ DESEJO…



Abracei o teu corpo irrequieto
Prenda para o meu ávido desejo
Depôs na tua boca doce beijo
Acariciei-te com todo o meu afecto


Foste o vulcão que explodiu
Lava que derramou incandescente
Flor que se abriu tão meigamente
Chave do meu cofre que se abriu


Fúria que os nossos corpos fundiram
Retorta de alquimista que inventou
Uma formula que no tempo flutuou


Levados em murmúrios que se uniram
Numa força voluptuosa em que se deram
A rever no tempo o que fizeram.


                   ARIEH  NATSAC