LETARGIA
Sapato que não
tem pé
Roda que não tem
moinho
Caminho contra a
maré
Num barco feito d’arminho
Sobe a lagarta na
couve
Pássaro que não a
vê
Há abelha que o
ouve
Cantando não sei
porquê
Tem bons figos a
figueira
Mas nunca uma flor
lhe deu
Arde um rato na
fogueira
E do frio se
esqueceu
Se o moiro vier à
costa
Numa costa sem
castelo
É porque do sítio
gosta
E se prende p’lo
cabelo
Nostalgia de uma
vidraça
Que a neve a
ofuscou
Numa janela sem
graça
E sem graça lá
ficou.
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