sábado, 16 de abril de 2011

O TEU CORPO É UM RIO


O TEU CORPO É UM RIO




O teu corpo é um rio
Que vem no meu desaguar
Navego nele e sorrio
Com prazer de te abraçar



Cada suspiro é uma onda
Onde eu vou naufragar
Sem um eco que responda
Depois de tanto clamar



Navego contra a maré
Que a tua aura me impõe
Com suplicas sem ter pé
Desejos que se compõem



Teu desejo é minha chama
De uma aurora boreal
E me perco por quem ama
És meu destino afinal.



                                                      ARIEH  NATSAC



sexta-feira, 1 de abril de 2011

POEMA CRITICADO

POEMA CRITICADO



Escrevi um dia um poema
Dizendo o que sentia
Sem grandes frases ou palavrões difíceis
Disse apenas o que sentia
Toda a gente o compreendeu
-   Certamente
-   Concretamente
-   Absolutamente
Se usou apenas a mente
Mas há quem pense e medite
Não sei se será o caso
Pela cabeça dos outros
Mas esse poema foi esquecido
Criticado ou mal mastigado
Mal digerido mal compreendido
As pessoas não são livres?
Se as pessoas não gostam do que eu gosto
Até aí eu concordo com elas
Só não concordo quando me obrigam
A comer aquilo que lhes sabe bem
Esse poema tinha força
Era o ECO não de revolta
Era um eco do meu sentir
Um sentimento que eu quis expressar
Usando uma expressão bem expressiva
Expressando-me a meu modo
Não saindo esse poema
Foi condenado sem pena
Mas com pena minha
Que a pena da censura não teve.


                                                         ARIEH  NATSAC

AGUARDA UMA CARTA MINHA

AGUARDA UMA CARTA MINHA



Vou-te escrever uma carta… Minha
Uma carta sem palavras absurdas
Mas uma carta tirada do baralho
Bem baralhado sem que te iludas

Será uma carta que irás ler
Pois tu vais saber lê-la
E nela encontrarás o ocaso
Que já esperavas sem vê-la

Quando chegares a abrir
Também irás partir para nova aventura
Colocar novo padrão em terra desconhecida
Simbiose de paranóia e amargura

Não te esqueças de agradecer ao carteiro
O que ele penou para te encontrar
Tu que eras a rainha do meu baralho
Agora jogas à cabra-cega, sem parar

Mas antes isso…
Do que ficar com uma carta louca
Ficares acordada até de madrugada
E pores palavras na minha boca

Agora navego numa outra alvorada
E sinto que o barco está mais seguro
Pois as cartas do meu baralho
Navegam num rumo menos escuro

Não vou ter mais paragens
Vou cruzar ruas, pontes e estradas
Vou-me drogar num outro perfume
E não ter ausências anunciadas

Bem dita a hora em que te escrevi
E soube escolher as palavras
Que chegaram mesmo na hora certa
Nas horas que protelavas.


                                                                          ARIEH  NATSAC