quarta-feira, 23 de maio de 2012

LINHA DO DOURO


LINHA DO DOURO


Pouca terra pouca terra
À beira-rio beira-rio
Lá vamos subindo a serra
Numa beleza de arrepio

Em Ermesinde começa
Em Valongo vai passar
E sem nada que impeça
Este roteiro de pasmar

Depois vem Cete, Penafiel
Caíde e Vila Meã
É como sopa no mel
Nesta paisagem anfitriã

Livração, Marco de Canavezes
Terra de Cármen Miranda
Orgulho dos Portugueses
Que o mundo deixou de banda

O comboio subindo lá vai
Por Juncal e Mosteirô
É um suspiro que se vai
Num presente que Deus deixou

É uma beleza sem ter par
Deslumbre d’encantos vê-los
Rio abaixo sem parar
Passam os barcos rabelos

Aregos Ermida e Rede
Passa o comboio apitar
E nem ele se apercebe
Daquilo que nos está a dar

Eis-nos chegados à Régua
Já passámos por Godim
Numa beleza sem trégua
Que nunca mais terá fim

Tudo isto não são miragens
É a própria realidade
Espelhada nas barragens
Num cenário de liberdade

Régua com seus vinhedos
Bem aos pés do Marão
Mostra-nos os seus segredos
Mas mandam os que lá estão

A viagem assim continua
Sem os olhos despregar
E toda a beleza do Tua
Podemos também desfrutar

Entre rios vales e montes
Passa o Douro serpenteando
Também vejo velhas pontes
Que o vão cumprimentando

Na paisagem que s’esmera
Com amendoeiras em flor
Quando chega a primavera
Ainda tem muito mais cor

Começa o comboio afrouxar
No Pocinho ou na Barca
D’Alva onde vou deixar
As saudades. Antes que parta.


ARIEH  NATSAC

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