segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

QUEM ME DERA SER CANIBAL

QUEM ME DERA SER CANIBAL…


Quem me dera ser canibal
Comer toda a carne crua…
Aquela que me apetecesse
E sentir-me em pele nua
Prender-me em teus cabelos
Finos e leves como liana
Fazer do teu corpo uma festa
De batucadas sem som
Dançar um ritmo ardente
E perder-me na floresta

Quem me dera ser canibal
Arrastar-te pela minha gruta
Depor-te no meu altar
Travar contigo árdua luta
Ouvir no silêncio da noite
Nossa respiração ofegante
Ter teus braços amarrados
Pelas algemas do desejo
Sentir o sangue subir ao rosto
E ficarmos cansados

Quem me dera ser canibal
Arrancar-te os lábios com os meus
Voarmos em nuvens transparentes
Feitas de voluptuosos véus

E no seio dessa batalha
Chocarem nossas armas afinal
E morder-me no teu prazer
Para me sentir canibal

Depois qual fera amansada
Olhando-te presa desfeita
Levantar-me e abrir os braços
Como um herói destemido
Que cambaleando se levanta
E sente sua fúria em pedaços.

                                   - Quem me dera ser canibal…


                                                          ARIEH  NATSAC