terça-feira, 24 de julho de 2012

A MINHA CIDADE


A MINHA CIDADE…


Lisboa tem monumentos
Tem praças e tem vielas
Tem no fado seus lamentos
Nas marchas encantamentos
E no Tejo caravelas


Vai da Baixa ao Marquês
Passeia em liberdade
E com certo ar burguês
Deseja ficar de vez
Nesta bonita cidade


No seu parque maravilha
Que desagua no Tejo
A nossa vista fervilha
O sol chama-lhe filha
Raiando-a de mil beijos


E na cidade antiga
Onde a saudade lá mora
Salta sempre uma cantiga
Com amor ou com intriga
Lembrando tempos de outrora.



ARIEH  NATSAC

domingo, 22 de julho de 2012

O CACILHEIRO

O CACILHEIRO



Sulcando as águas do Tejo
Da outra banda a Lisboa
Vai as saudando com um beijo
As gaivotas que num bocejo
Despertam esta cidade boa


Transporta gente que trabalha
E abençoada por Cristo
Cacilheiro leva a maralha
Que no desespero bem malha
E supera o imprevisto


As ondas conhece-as de cor
Quando o rio se impacienta
Das gentes suporta a dor
Recebe-as com muito amor
E a sua fé sempre acalenta


Com seu navegar pachorrento
Cumprimenta a grande cidade
E num terreiro solarengo
Solta as amarras: dizendo
Eu deixo-vos em liberdade.


ARIEH  NATSAC

terça-feira, 17 de julho de 2012

AMANTES

AMANTES



Num desejo tão quente

Poisa em cada vertente

Um mistério por desvendar

Pisca o olho ao rio Tejo

Afira-lhe à socapa um beijo

Que até o faz corar



Em cada onda suspira

Canta-lhe como uma lira

Em acordes maviosos

Até lhe beija os pés

E num vai vem de marés

São amantes bem famosos.



ARIEH  NATSAC

LISBOA À NOITE


 
LISBOA À NOITE…



De vielas estreitinhas
Passam por lá ligeirinhas
Nas pedras duma calçada
Gente alegre mas modesta
Fazendo da vida uma festa
Mal começa a madrugada


Tem nos bairros sua cor
Lisboa conhece-a de cor
Pintada p’la luz do sol
Quando baixa a noitinha
E se acende a estrelinha
Que lhe serve de farol


Vai aos fados em Alfama
Enlouquece a moirama
P’rós lados da Mouraria
Com voz avinhada e quente
Diz aqui estou...presente
Fazendo da noite dia


E numa louca corrida
Dá mais força à sua vida
Numa praça sem temor
Corre p’rós cornos da morte
Procura uma boa sorte
Abraçada com amor


Depois tudo se acabou
E o povo se entregou
Ao silêncio…horas mortas
Até o luar se entristece
E vagabundo aparece
A quem vê fora de portas


ARIEH  NATSAC

domingo, 15 de julho de 2012

CANTO IMAGINÁRIO


CANTO IMAGINÁRIO



Na minha viola toquei balada
Abraçada em mim colada ao peito
Fechei os olhos não vi mais nada
Seu ritmo deixou-me satisfeito



 Em silêncio resolvi compor
A mais bela melodia para ti
Dedilhei-a até ao sol-pôr
Em acordes certos me embebi



Cantei-os ao vento, ao sol e mar
Todos eles bem me disseram
Que lindo é esse doce cantar



Para quem será essa melodia?
Que em acordes suaves se deram
Plenos de amor e sã harmonia.



ARIEH  NATSAC

O VELHO MOLEIRO


O VELHO MOLEIRO



De cara bem malandreca
E de corpo todo curvado
Os efeitos da marreca
De tanto saco pesado



Em taleigas de farinha
Ganhou sua honrada vida
Levou uma vida certinha
Junto de uma família amiga



Levantava-se bem cedo
Ia para o moinho moer
Era esse o grande segredo



Que contava aos seus netos
Sempre com muito prazer
Cheio de ternura e afectos



ARIEH  NATSAC

sábado, 14 de julho de 2012

SEPARAÇÃO


SEPARAÇÃO



Vieste dizer-me adeus ao cais
Parti sem ter nenhum rumo certo
Levei comigo montes…trigais
E naveguei tristonho em mar aberto



Levei nos olhos a tua imagem
No coração a força motriz
Nas ondas encontrei coragem
Como as árvores têm na raiz



As gaivotas foram companhia
Luar resolveu jantar comigo
Rimos noite fora em nostalgia



Estrela Polar foi minha dama
No meu barco fez porto de abrigo
Com ela partilhei a minha cama



ARIEH  NATSAC

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ESTOU MUDADO


ESTOU MUDADO…



São olhos de uma mulher
Aqueles que me perderam
E nem me olharam sequer
Nem a meus braços se deram



Fitei-os com grande amor
Mas eles se desviaram
Foi tão grande a minha dor
Só estilhaços ficaram



Hoje eu tenho uma certeza
Que eles estão arrependidos
E que toda a fortaleza



Que antes houveram mostrado
Perderam todo o sentido
Pois agora estou mudado.



ARIEH  NATSAC

quinta-feira, 12 de julho de 2012

PASSEIO À TARDINHA


PASSEIO À BEIRA TEJO



No coração vai ficar


Para sempre relembrar

Aquele passeio à tardinha

Passeámos no rio Tejo

Era grande o meu desejo

De te chamar…sempre minha




O rio estava tão sereno

Parecia até mais pequeno

O sol era como desejos

Ondas nos confortavam

Por nós elas juravam

P’las nossas bocas com beijos.





ARIEH  NATSAC

NO CORAÇÃO... A COMPASSO


NO CORAÇÃO…A COMPASSO




Que eu recebo de mansinho

Com todo amor e carinho

Nos meus braços…meu desejo

Abraçar-te contra o peito

Saber-te guardar respeito

Mesmo quando eu te beijo



Cada beijo é um poema

Não importa qual o tema

Na métrica com que o faço

Quero rimar teu amor

Sem nunca sentir tua dor

No coração…a compasso.



ARIEH  NATSAC

quarta-feira, 11 de julho de 2012

PARTISTE


PARTISTE…



Mas saudade terei do teu amor
Dizes agora p’ra me satisfazer
Não me consegues aliviar a dor
Que à muitos anos ando a sofrer


Partiste sem ao menos me escrever
Simples carta pequenina…que fosse
Chorei escondido sem ninguém ver
Mas hoje a saudade em mim finou-se


Hoje estou uma pessoa diferente
Não me encantas com teu doce falar
Poderás mesmo sorrir ou chorar


Porque tu jamais me comoverás
Meu coração agora está em paz
Pois agora por ti já nada sente.



ARIEH  NATSAC

terça-feira, 10 de julho de 2012

BAILA COMIGO


BAILA COMIGO



Basta-me só isso mais nada
Para contigo até dançar
Fazer da vida grande farra
E nos teus braços me aninhar




É a festa que desejei
Com bombos ferros e clarins
Até o sol rebelde beijei
Em Agosto nos meus jardins



Rodámos ao som duma valsa
Num fantástico rodopio
Por fim bailámos quente salsa



Nossos corpos se fundiram
Em fantasias de arrepio
Pensamentos se despiram.



ARIEH  NATSAC

SILÊNCIO QUE ME TORTURA


SILÊNCIO QUE ME TORTURA



Por na doce saudade te achar
Não sabes como feliz estou
Eu sempre te desejei falar
Dizer-te aquilo que me custou



Não foram só as circunstâncias
Que me custaram a ver-te tanto
Assim afoguei as minhas ânsias
Absorvi do teu rosto…o encanto



Ai como essa saudade cresceu
No meu peito uma dor floresceu
Em silêncio que me tortura


Colocou-me as algemas na voz
Preso como um animal feroz
E da tua boca sinto secura.



ARIEH  NATSAC

segunda-feira, 9 de julho de 2012

MUNDO CINZENTO


MUNDO CINZENTO…


Era isso…a promessa
Do que foi prometido
O resto é só conversa
Já não faz mais sentido


Foram cartas foram rosas
Aquilo que te mandei
Foram versos e mais prosas
Com juras que te ofertei


Contudo o vento levou
Naquele filme passado
O teu sentido mudou


Como louco cata-vento
Meu coração se finou
Meu mundo ficou cinzento.


ARIEH  NATSAC

MINHA POESIA


MINHA POESIA



Se ouvem com a minha poesia
Eu desejo escutar meu declamar
De todas a mais bela sinfonia
Como no éden trombetas a tocar


Sou Vítor um grande vitorioso
Na verdade este meu nome assim é   
Manuel do avô…estou orgulhoso
Castanheira que nunca arreda pé


Sou poeta talvez …dizem que sou
Escrevo minha poesia ardente
Mordaz, critica suave carente


Caminho na vida…sei onde estou
Procuro na poesia ser forte
Rezo a Deus para que me oculte a morte.



ARIEH  NATSAC

A PRIMEIRA FLOR


A PRIMEIRA FLOR…



A primeira flor foi violeta
Que apanhei no meu jardim
Corri logo em linha recta
Antes que a tirassem por mim


Era a tua flor preferida
Disseste-me naquele dia
Colhi-a logo de seguida
Para ver essa alegria


Pássaros andaram de roda
Num constante rodopiar
Chamaram outra passarada



Dançaram uma estranha moda
Quiseram também te ofertar
Essa flor tão bem estimada.



ARIEH  NATSAC

domingo, 8 de julho de 2012

VIDA SEM RANCOR


VIDA SEM RANCOR…



Sendo recordação p’ra toda a vida
Hei-de um livro um dia escrever
Para contar minha vida sofrida
Páginas amargas do meu viver



Doenças, má sorte males de amor
Tudo me acompanha com sintonia
São rascunhos guardados com dor
Que fazem parte da minha biografia


Entreguei-me à vida sem ter rancor
Fui um lutador sempre destemido
As horas do dia são pétalas de dor


Que caem a meus pés amareladas
Outono de uma vida enegrecida
Com folhas a contar horas pesadas.



ARIEH  NATSAC

ATÉ AO DIA


ATÉ AO DIA…



Até ao dia…quando morrer
O teu nome eu hei-de lembrar
Para sempre eu vou escrever
Juntamente com o verbo amar


Sempre te amarei perdidamente
Deixava no mar vezes sem fim
Os meus segredos secretamente
Envoltos em mantos de carmim


Procurava às sereias por ti
Desejoso por ter noticias
Mas esse meu tempo só perdi


E então pensei…quando fugir?
O vento com suas carícias
Ajudou-me para não sair.


ARIEH  NATSAC

NELE CHAMO P'LO TEU NOME


NELE CHAMO PELO TEU NOME



Nas velas tem alegria
Azuis da cor do céu
Envoltas em maresia
Neste mar que é só meu


Nele chamo p’lo teu nome
É o sol que me alumia
Com ele mata-me a fome
Que o teu rosto me irradia


Batem as ondas no casco
Lembrando alguém que me chama
Como se fosse carrasco


Que me assola num assalto
Vem retirar-me da cama
E me acorda em sobressalto.



ARIEH  NATSAC

sábado, 7 de julho de 2012

TEU CORPO UMA JANGADA


TEU CORPO UMA JANGADA



Para lhe entregar meu carinho

Porque não quero ficar sozinho

Nesta vida tão atribulada

Procuro encontrar um novo rumo

Subir a vida sempre a prumo

Fazer do teu corpo uma jangada



Remo até encontrar rumo certo

Percorro esse teu olhar deserto

Que vejo para além da alma

E quando Deus me vem confortar

Também lhe peço para te ajudar

E que nos conceda toda a calma.



ARIEH  NATSAC

RECORDO COM SAUDADE


RECORDO COM SAUDADE


Quando o luar ajudava

Depressa eu o fitava

Através duma janela

Eu recordo com saudade

O que foi a mocidade

Toda feita tagarela




As mãos se tocavam

As bocas se beijavam

Paraíso acontecia

Com o sol feito Romã

Noite surgia manhã

Numa terna melodia.




ARIEH  NATSAC

FIZEMOS JURAS DE AMOR


FIZEMOS JURAS DE AMOR



Cheio de comoção talvez

Por ser a primeira vez

Que te olhei bem de frente

Foi um dia inesquecível

Recordação imperdível

Fruto que deu semente




Fizemos juras de amor

Sem pensar no temor

Que em nossas bocas selamos

Um destino que adorei

Um perfume que adocei

E nossa volúpia salgamos.



ARIEH  NATSAC

COMO É BELO O TEU OLHAR


TEU OLHAR É MAIS PROFUNDO



Nos quer na terra mostrar

Como é belo o seu olhar

Nada comparado ao teu

Que não me canso de ver

E só para não sofrer

Eu prefiro olhar o céu




Também procura o sol

Faz dele o seu farol

Quem ilumina seu mundo

Girassol é flor do campo

De dia é pirilampo

Teu olhar é mais profundo.




ARIEH  NATSAC

ESTOU AQUIIIIIIII....

 
ESTOU AQIIIIIIIII…….


Estou aquiiiiiii
Tu não me vês
Tu andas cega
Isso não nego
Não fujas de vez
Olha que o queixume
Aumenta a solidão
É fogo sem lume
Queima o coração
Tu hás-de ir um dia
Sozinha na estrada
Por vales e montes
Sem colheres nada
Só espinhos e cardos
E alguns bocejos
Pelo cansaço
De tantos desejos
Foste saltimbanco
Sem eira nem beira
Fugiste da seca
Numa quarta-feira
Não era de trevas
Não era de nada
Fugiste da sorte
Da sorte sem paga
Fechaste os olhos
Encontraste o mar
Foram só escolhos
Desse teu chorar
Ouviste um eco
Lá bem distante
Eu aqui seco
Feito um amante.



ARIEH  NATSAC