sexta-feira, 24 de abril de 2015

FIQUEI A LER...



FIQUEI A LER…


Hoje por aqui me fiquei…a ler
Pensamentos, poemas desejos
Procurei no tempo algo esquecer
Menos tuas palavras meus desejos


Do tempo me escondi sem ver a chuva
Cada pingo seria beijo teu
Como sendo suave e fina luva
Que na tua mão a minha prendeu


Pensei em teu corpo como seria…
Rosa que desabrochasse em mim!
Esperei que antes de ir eu ficaria
No teu caminho antes de ver assim


Ao ritmo da chuva voltei atrás
O conteúdo do texto eras tu
Com voltas e mais voltas sem ter paz
Meu pensamento pô-lo todo a nu.



ARIEH  NATSAC

MAGIA DO SOL

A MAGIA DO SOL

Na lagoa mar e sol
Ó que bela harmonia
Tua luz é o farol
Que faz o teu arrebol
Uma bela melodia

Pássaros a chilrear
Gaivotas comendo peixe
Patos bravos a nadar
O sol sempre a alindar
Natureza que não mexe


Porque gosta de ser bela
Tal qual como rainha
O teu sol é aguarela
Cores da mais linda tela
Por isso chama-lhe minha


Se tu lá fores um dia
Repara naquela beleza
Onde tudo é sintonia
E o sol por picardia
Chama-lhe real alteza.


ARIEH NATSAC

LAGOA AO SOL

LAGOA AO SOL…

C’roa doirada de um forte castelo
Que num manto azul ali tão belo
Tua lagoa aberta vem recebê-lo
Até que envolta bruma faz descê-lo
Tem magia o teu quente aroma
Que esgrime fortes raios sem que os doma
Na plenitude soberba de um axioma
Suplanta sem se dizer a quem o toma


Tudo ali floresce de bem-querer
Flora, corpos musculados, viver
Alegria que fervilha de prazer
Na sua terna paz haja o que houver


De ti já se escreveu tão bem
Febo de horas encantadas de alguém
Convoco a tua luz cimeira além
Que a lagoa abençoas como mãe.


ARIEH NATSAC

LIBERDADE EM MIM



LIBERDADE EM MIM…



Ó liberdade, liberdade em mim
Cortei algemas de um longo passado
Vi um tempo lindo…pensei sem fim
Que um tempo tão feroz tinha acabado


Saltei da cama ao som de clarins
Janelas abertas tão coloridas
Sorrisos que brotavam dos confins
Do peito amargas lágrimas contidas


Sol deu-nos luz à fria claridade
Abriu-se a um país que sufocava
Velho caduco sem saber idade
Rejuvenescido agora cantava


Eram canções que estavam muito presas
E que queriam soltá-las ao vento
Rebentar com barreiras e represas
Formar caudal de frases sem lamentos.



ARIEH  NATSAC

LAGOA AO LUAR



LAGOA AO LUAR…


Vejo-a estendida p’lo mar fora
Irradia luz sem ter igual
Adormece entre as vagas que adora
Beija-a com sorriso triunfal


A silhueta altaneira reflete
Um castelo que esconde…um pirata
Mas entre o arvoredo se intromete
Lua com seus lindos raios de prata


Olha que lindo teu doce luar
Que desce à lagoa tão sorrateiro
Estende-lhe a toalha p’ra vir jantar
Sem ser convidado que alcoviteiro


Namora com os prazeres que ela tem
Deita-se numa cama feita espuma
Amante de todos e mais alguém
Acorda quando desperta com a bruma.



ARIEH  NATSAC

SEM IMPOSIÇÃO



SEM IMPOSIÇÃO…


Espero que não me levem a mal
Tenho tanta coisa onde escrever
Talvez por me sentir poeta afinal
Razão da qual me custa ainda a crer


Chovem-me convites de todo o lado
Também não sei p’ra onde me hei-de virar
Não me quero repartir em bocados
Pensem não vos quero desagradar


Não sei se tenho alguma qualidade
Escrevo porque sinto algum prazer
Talvez p’ra procurar a liberdade
Em quanto por cá andar haja o que houver


Nas frases sempre encontro companhia
São elas que me indicam direção
Escrevo-as com prazer e alegria…
Amigas sem ser por imposição.



ARIEH  NATSAC




quinta-feira, 23 de abril de 2015

MAL DIZ DA MALDIÇÃO



MAL DIZ DA MALDIÇÃO


Segue o rasto de um louco amotinado
Caminhando ao relento sem ter beira
Dorme ao relento de estrelas enfeitado
Casaco sem botões nem algibeira


Faz lume em beata sem ter pavio
Curto que a espera ao tempo já passou
Fez-se ao largo, zarpou, não teve frio
Lançou âncora em calçada e ficou


Cansado já mal diz da maldição
Cruel…já esperava entre as tábuas
Gastas por um corpo em contradição
Que chora, ri soletrando mágoas


Já se curva perante negro véu
Que pesa à noite como uma montanha
Do alto define-o e põe ao léu
Um simples mortal que ao luar se banha.



ARIEH  NATSAC

terça-feira, 21 de abril de 2015

SEM CRIME OU CASTIGO...



SEM CRIME OU CASTIGO…


O poeta é aquele que escreve
Com sentimento e também com amor
É timoneiro, mestre almocreve
Que irradia palavras com calor


Rebelde apaixonado tão seguro
As suas convicções não as perde
Pode parecer mesmo um imaturo
Com o tempo há sempre quem o herde


Sua escrita é de todas bem diferente
Nem todos o sabem compreender
No contexto fica sempre a semente
Que acabará sempre por florescer


Sou poeta amigos dizem que sou
Embora passe bem despercebido
Com os meus dedos só…com eles vou
Sem cometer crime nem um castigo.



ARIEH  NATSAC

RÉQUIEM PARA CATARINA...



REQUIEM PARA CATARINA


Quando vamos lembrar aquele monte
Mesmo com a planície à luz da lua
Pode aí lembrar sofrida vida sua
Na calada da noite não se esconde


Rever as cearas onde sofreu
P’ra desbravar tão penoso caminho
Lutando ferozmente eu adivinho
Sua morte foi marco que floresceu


Ondulante o silêncio esgrime
A foice do trabalho que redime
Da força do tirante que cortou


Mas que hoje é recordada sem temor
Avante injuriou todo o terror
De peito bem aberto e se afoitou.


ARIEH  NATSAC



PALAVRAS SÃO PALAVRAS



PALAVRAS SÃO PALAVRAS


Palavras são palavras que se juntam
Frases metafóricas coloridas
Com as letras que ensinam e se aprontam
Em folhas tão sentidas marcam vidas


Palavras são palavras muito belas
São hinos de amor, dizem liberdade
São nuvens, delírios e castelos
Também contam mentiras e verdades


Palavras são palavras construção
Que nos hão-de levar p’la nossa vida
Cada uma delas uma lição
Que p’lo tempo fora é nossa guarida


Palavras são palavras que riqueza
No amor são as flores preferidas
Têm todo o sabor e toda a beleza
Andam ao nosso peito bem cingidas.



ARIEH  NATSAC

segunda-feira, 20 de abril de 2015

TEMPO PESTE



TEMPO PESTE…

Sinto pesadelos a toda a hora
Eu não sei porque a velhice me os traz
Afastá-los quero e tento agora
Conseguir ao menos viver em paz


Corre o tempo sem estar à espera
Que lhe abra a porta quando aqui passar
Porque ele depressa como a esfera
Rebola sem ter dias p’ra parar


A consciência onde estará?
Essa aliada do tempo que é peste
De um negro azedume me pintará
O meu caminho árduo e agreste


Meus olhos se dilatam sem chorar
Porque a limalha do tempo os secou
Nuvens tampam me os sem poder matar
Cruel destino que em mim aportou.



ARIEH  NATSAC



GATINHANDO EM DACASSILABOS



GATINHANDO EM DECASSILABOS


Decassilábicos tenham cuidado
Vou devagarinho. Pé ante pé
Mas senti-me bastante motivado
P’la minha amiga Maria José

As tuas palavras me levaram
A escrever o que nunca pensara
No papel elas belas escreveram
Poemas lindos de forma tão rara

Foi bendita a hora em que falámos
Fiquei até um pouco relutante
Ao tempo até mensagens enviámos
E destes poemas tornei-me amante

Os decassilábicos se chamam
Não são nada fáceis p’ra mim escrever
Na minha pena ainda gatinham
Pois tenho ainda muito que aprender.


ARIEH  NATSAC






VERSOS A UMA AMIGA CHINESA DO HORIZONTES DA POESIA



VERSOS A UMA AMIGA CHINESA DO HORIZONTES

Certo dia num almoço
Pôs tudo em alvoroço
Amiga que não conhecia

Ela cantou e dançou
E toda gente animou
Com enorme simpatia

Toda gente abraçava
Com atitude brincava
Foi rainha da animação

Até em chinês cantou
Os amigos encantou
Um autentico furacão


Eu que uso uma pilha
Com aquela maravilha
Achei que também a tinha

Perguntei-lhe a brincar
Se a usas tens que me dar
Tem de ser melhor que a minha

Eu que estive no Oriente
Nunca vi sangue tão quente
E nem tamanha genica

Não sei se era Kung-Fu
A nossa amiga Sam Su
Na nossa retina fica.


ARIEH  NATSAC

Almoço no VáVá em 18.04.15 Homenagem à Cida

A RODA DA VIDA



A RODA DA VIDA…



Senti que a roda da vida parava
Como velas de moinho sem vento
No calendário alguém ficava
Na vida feroz por esquecimento


Nem tudo que se esquece é por maldade
Temos muito mais para se pensar
Por mim falo somente com verdade
Com justiça eu nunca me irei calar


Faço isto somente com a razão
Também porque a idade não perdoa
Amarguras ficam no coração
Embora esta dura verdade doa


Fui pássaro que voei sem ter ninho
Sem ter um ramo fixo p’ra poisar
Entre nuvens nunca fui sozinho
Agora tenho penas sem voar…




ARIEH  NATSAC

AS ESTAÇÕES DA VIDA



AS ESTAÇÕES DA VIDA

Chegou a primavera tão bonita
Com muita luz, muita vivacidade
Se ela tem muita roupa vê-se aflita
Seu prazer é sentir-se em liberdade


Namora o verão seu quente vizinho
Que a segue com belo porte altaneiro
Faz-lhe negaças mostrando o corpinho
Musculado, curtido, soalheiro


Mas o Outono vem sempre a correr
Tudo fica caído no esquecimento
É querer ficar e não esquecer
Aqueles que viveram seu momento


Sem se aperceberem tudo mudou
Chegou alma penada do Inverno
O que antes fora forte se acabou
Porque na vida tudo é efémero.




ARIEH  NATSAC

sexta-feira, 17 de abril de 2015

MAS CONHEÇO ESSA SENHORA?



MAS CONHEÇO ESSA SENHORA?


Ó musa inspiradora
Não de Bocage ou Camões
Mas conheço essa senhora?
Passa comigo os serões!
De Eça fui MANDARIM
De Herculano tive HISTÓRIA
De Camilo amores sem fim
Tudo retive em memória
Castilho QUESTÃO COIMBRÃ
Trindade, MEUS AMORES
Com Garrett li VIAGENS
De Deus CAMPO DE FLORES
Nobre foi homem…SÓ
Cesário das HORAS MORTAS
Fialho lançou OS GATOS
Ramalho ESTRADA DE SINTRA
Mistério de assassinatos
De Junqueiro eram SIMPLES
Fui à Ceia com o Dantas
Que era de CARDEAIS
Recebi coisas tantas
Com inspirações divinais
Li tantos outros...Pessoa
Algumas obras até reli
Por serem muito boas
Muita inspiração eu bebi
Agora dos tempos modernos
Muita coisa também li
Palavras ditas…eternas
E as canções do Ary.


ARIEH  NATSAC