ANATOMIA
DESVIRTUADA
Numa cabeça de
alfinete
Vi uns lindos olhos
de água
Numa
boca-de-incêndio
Língua de sogra
sem mágoa
No rosto vi
lindas maçãs
Nariz de Pinóquio
nem vê-lo
Pele cheirava
a hortelã
Tinha no
relógio cabelo
Tinha pescoço de
cavalo
Juntava longos
papos d’anjo
Num tronco que era um regalo
Sem ter asinhas
de arcanjo
Tinha braços dumas
cadeira
Tinha barriga como
pernas
Bacia sem ser
lavadeira
Pés de cama
no chão modernas
Suporte d'um senhor
d’Aquiles
Tinha dedos sem
ter piano
Em almas que
fazem desfiles
De sapatos de
ruim pano.
ARIEH NATSAC
Sem comentários:
Enviar um comentário