quinta-feira, 28 de abril de 2016

DESTAQUES



DESTAQUES…


Cheias de muita pompa e circunstância
Enleiam-se argumentos em destaque
Com a argúcia própria de um Balzac
São só palavras ditas; petulância

Destaca-se ousadia e a jactância
Deixando-se a pensar no que se marque
Embora o conteúdo nos encharque
Daquilo em que não temos concordância

Destaques são os feitos que nos tocam
Na história onde as glórias se evocam
Luz do orgulho, verdade e do respeito

Destaques também são manchas, mazelas
Descréditos que marcam quais chancelas
Anúncios que nos toldam de despeito.


ARIEH  NATSAC




PUBERDADE



PUBERDADE…


Desenvolvem-se seios, testículos
Começa a puberdade tudo muda
Inocente teoria se desnuda
Vem tudo a lume sem se usar fascículos

Bendita idade: somos seus discípulos
Começa a cara a púbis tão peluda
Moça deixa de ser então miúda
Rapazes: logo perdem estes títulos

Começam as hormonas saltitantes
Sonhos húmidos são tão ofegantes
Prontos p’ra relações as sexuais

Começam os cuidados também medos
E vão-se desvendando outros segredos
Contudo são tabus p’ra – nossos – pais.


ARIEH  NATSAC



domingo, 24 de abril de 2016

MEU DIA É BRASILEIRO



MEU DIA É BRASILEIRO…


Digo-vos: Português com muita honra
Vim ao mundo de gente muito humilde
Digo isto sem fazer um qualquer filme
Esta verdade a mim não me desonra


No Brasil meu avô um emigrante
Com saudades voltou ao doce ninho
Sentia-se só sem ter seu carinho
Da família, aqui, muito distante


Grato ficou p’lo neto – que fui eu –
Nascido a vinte e dois do mês de Abril
Ele que pouco tempo me acolheu


A doença terrível assim quis
Mas esse dia grande do Brasil
Fez com que meu avô fosse feliz.


ARIEH  NATSAC

sábado, 16 de abril de 2016

A NOSSA LINGUA



A NOSSA LINGUA…
Para alguns pseudo-poetas da nossa praça


A língua Portuguesa é traiçoeira
Há que sabê-la, bem, aprofundar
Não importa escrever; sem se aplicar
A gramática usando a verdadeira

São erros que até causam pasmaceira
Vê-los os poetas ficam a pensar
Na desgraça que teem de encarar
Amargurados ficam com tanta asneira

Palavras torturadas mal escritas
Por pessoas julgando-se eruditas
Que apenas de eruditas são um zero

Orgulho-me dos vates do passado
Que ao seu mundo se deram fazendo brado
A eles tiro o chapéu, como os venero.



ARIEH  NATSAC