domingo, 29 de novembro de 2015

CONVIVIO DE ESPONDILITICOS EM VISEU



CONVIVIO DE ESPONDILITICOS EM VISEU
(Na quinta dos compadres)

Este ano em Viseu fomos conviver
E aprender algo sobre esta doença
Que a muita gente ataca de nascença
E pela vida fora faz sofrer


A Espondilite tem que se vencer
Sabedores marcaram a presença
Alertando a estranha da sentença
Que maldita maleita vai trazer


No final dos debates – discussões –
Obtivemos algumas conclusões
Durante o almoço, foi bonita a festa


Nosso convívio foi de forma ordeira
Recebeu nos Viseu bem soalheira
Apreço e amizade é o que resta.


VITOR  CASTANHEIRA



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SEM CASTANHAS



SEM CASTANHAS




Passou o tempo e frutos não os tenho
De árvore grande vem ilustre nome
De ouriços é gerado meu prenome
Contudo nos seus picos não me arranho


Castanheira secou – sem ter castanhas –
Ficou sem aconchego p’ró inverno
Vai sentir desolado, frio eterno
Sem poder acalmar dores tamanhas


O destino assim quis que as não tivesse
Meus ouriços fizeram-se em espuma
E agora co’a idade nada esquece


Porque nas fortes bátegas da vida
Vai o tempo depressa – ele se esfuma –
Ai como corrói… esta dor sentida.


ARIEH  NATSAC




terça-feira, 24 de novembro de 2015

GATA ASSANHADA



GATA ASSANHADA…


Sempre foste mulher tão assanhada
Minha fiel gatinha, doce pão
Dizias-me: p’ra ti não tenho nada
Sai já daqui meu grande trapalhão


E tudo lhe dizia, sem mentir
Fazê-la acreditar era custoso
Com bons modos mas sempre a divertir
Via zangar seu rosto glamoroso


Que culpa tenho em ser tão brincalhão
Triste sina ao lançar a confusão
E hoje em mim ninguém vai acreditar

Não disse a sério coisas, sempre ria
Nem mesmo já acredita quem devia
Que posso então fazer p’ra melhorar…


ARIEH  NATSAC


DIÁLOGO



DIALOGO…


Diálogo não deve ter rodeios
Faz parte de saudável formação
No pensamento manda a convicção
E pronta a extravasar nossos anseios


Cada pessoa tem seus devaneios
De tanta entrega perde-se a razão
Os modernismos causam confusão
Acabaram as festas e os passeios


Há quem fale sozinho qual monólogo
Use palavras ditas por catálogo
Ou passando seu tempo com negócio


Esquecendo o dever e a primazia
Em casa mais parece uma agonia
Dando como desfecho um tal divórcio.



ARIEH  NATSAC

NÃO FUI (GOLIAS)…MUDANÇA



NÃO FUI (GOLIAS)…MUDANÇA


Fui altivo rapaz do leme à ré
Sofri na pele minhas ilusões
Fiquei-me nas marés contra o sopé
Das montanhas agrestes frustrações


Num bravo mar salgado naveguei
Pelo vento levado em maldições
Não quis ser um herói mas não tirei
Estas horas sangradas…perdições


Hoje riu-me já longe e ausente
Ao ver tristes figuras que lá fiz
O mostrengo eu passei e doravante
Sinto grande respeito e não feliz


Conclusões que eu tirei não merecem
Nesta hora figurar mas que arrelias
São de um álbum páginas que além
Só me causaram dó, não fui Golias.


ARIEH  NATSAC






sábado, 21 de novembro de 2015

A FORÇA DA RAZÃO




A FORÇA DA RAZÃO



Se a cabeça deitar cá para fora
Tudo aquilo que sempre lhe apetece
Nem sempre o coração lhe obedece
E a força da razão vai logo embora


Assim se gera forte e sem demora
A luz da consciência que se esquece
Duma frontal verdade que merece
Ser recordada sempre a toda a hora


Mas se a justiça fosse verdadeira
Castigava sem toga nem cegueira
Sem algemas, grilhões, – pesado ferro –


Em turbilhão ideias se tolhiam
Dos próprios devaneios lá fugiam
De tanta ingratidão, soltavam berro.



ARIEH  NATSAC

A CULPA DAS PALAVRAS



A CULPA DAS PALAVRAS


Tanta palavra sem ter armistício
São como balas vis sem direção
Atingem tudo – sem ter coração –
Num festival de letras que é propício


Nem sequer através do santo ofício
Teem outro valor, outra postura
Assumem entre as gentes mais secura
E da exaltação vejo apenas vicio


São motes aplaudidos sem consenso
Parecem ser por vezes – branco lenço –
Acenos em sinal de despedida


Porém fazendo um frete e sem pudor
Difamam as palavras de quem for
Enterrando punhais em sua vida.


ARIEH  NATSAC




sexta-feira, 20 de novembro de 2015

RECORDAÇÕES



RECORDAÇÕES


Todos contam as loucas aventuras
Já passadas em terra ou nos mares
As descobertas feitas em lugares
Mesmo tendo passado vidas duras


Voaram pensamentos e as gorduras
Levados nas mochilas p’ra travares
A fome da comida feita em lares
Que agora são travessas amarguras


E sempre se rodeia a força bruta
Com cenas mais suaves do que a luta
Imposta contra o f’rido pensamento


Foi fogo que deitamos contra costa
Numa longa largada onde a desgosta
Desfortuna de engenho em sofrimento.


ARIEH  NATSAC

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

QUE SELVAJARIA



QUE SELVAJARIA





O Mundo se assustou co’o sucedido

Em Paris tanta gente assassinada

Por miseráveis não temendo nada

Comprovando que o mundo está perdido





Abomina-se tudo que é estampido

A guerra tão estúpida e malvada

Dessa gente cruel amotinada

Que no seu coração, mal, foi gerido





A f’rida foi profunda, dolorosa

Noite calma tornou-se tão chorosa

E o mundo respondeu com sua voz





Também existem noutros continentes

Atrocidades – queimam inocentes –

E aí aonde estamos todos nós?





ARIEH  NATSAC


domingo, 15 de novembro de 2015

QUERO O TEU ABRAÇO.



QUERO O TEU ABRAÇO
(Música de Um bom conselho do Chico Buarque)

Quero o teu abraço
Venha quem vier
Cá estarei à espera se Deus quiser
Sei que és bom amigo
Estás desse lado
Vem ter comigo passar um bocado


Aqui em Portugal
Serás bem recebido
Cruza o Atlântico
Eu cá te espero
Tudo é natural
Ouve o que te digo
Com verdade afirmo sem exagero

Brasileiro irmão
Traz o teu sorriso
Porque o triste fado já temos nós
Se cantarmos juntos
Doamos ao vento
Aquilo que suplica a nossa voz.


ARIEH  NATSAC

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

OS POETAM QUE CHORAM TAMBÉM AMAM



OS POETAS QUE CHORAM TAMBÉM AMAM


Os poetas que choram também amam
Sabem dizer palavras sempre certas
Nas suas frases mágicas libertas
Vão dizendo que angústias também clamam


Tantos sonhos que as noites só reclamam
Lamentos magoados quais desertos
Como a chuva na areia em tempos certos
Que os seus poemas livres já aclamam


E choram – sentimentos destemidos –
Explanam co’alma todos os sentidos
Que o paraíso amado vai chegar


Na ponta dos seus dedos sem temor
Cada verso um aroma de licor
Bálsamo da paixão do verbo amar.


ARIEH  NATSAC

RENASÇO...



RENASÇO…


De muitas outras formas quero a tua
Que tão bem sei moldar – grande prazer –
Afago-as à noite quando a lua
O meu ímpeto consegue renascer


São formas que conheço quando nua
Se apronta a madrugada sem lazer
Em sofreguidão louca sempre atua
E cativa deseja renascer


Divago por silêncios esquivos
Pensamentos fugidos dos arquivos
Que eu consulto na minha natureza

Que em uníssono fala sem receio
E quando o teu desejo eu incendeio
Exijo que aja em nós toda a certeza.


ARIEH  NATSAC



terça-feira, 10 de novembro de 2015

A BELA ARGANIL



A BELA ARGANIL
(A terra de meu pai)

Aqueles que aqui passam – iluminas –
Extasiados ficam co’o encanto
De Arga que quer dizer pequeno campo
Entre linda paisagem de colinas

Senhora do Monte Alto nos ensinas
Aos nossos pés estendes doce manto
Da fé que sempre dás em teu recanto
E a cegueira dos homens abominas

Mas teus encantos não ficam aqui
Margaraça*, Piódão eu mais vi
Fraga da penha e bela da cascata

O Mosteiro de Folques é pertença
De bela região que é bem querença
Em S. Pedro – a capela se destaca –.

ARIEH  NATSAC


* Mata da Margaraça


ALENTEJO COMO TE VEJO



ALENTEJO COMO TE VEJO
(Quando ia passar férias para uma aldeia perto do Gavião)

Vou sempre recordar – lindo Alentejo –
Os dias soalheiros de Verão
Migas comendo e sopa de cação
As férias passar lá, meu desejo


FERRARIA: humilde lugarejo
Servido era conforme ocasião
E a pedido saltava uma canção
Com a minha chegada era um festejo


Relembro agora gente pachorrenta
Sempre com um sorriso que alimenta
A chegada de amigo que os visita


A sua porta estava sempre aberta
E mesmo pobres tinham grande oferta
Como se rica fosse, rural, casita.


ARIEH  NATSAC