sexta-feira, 13 de junho de 2014

COISAS DANINHAS



COISAS DANINHAS…


Se o lixo se aproveitasse
Como deveria ser
Havia por onde começasse
Muita gente a varrer

Vassourada em todo o lado
Onde a podridão campeia
Há lixo não reciclado
Porque esse lixo se odeia

É pestilento, subverso
Faz germinar em locais
Coisas banais tão mesquinhas

Onde tudo é controverso
São cada vez mais e mais
Essas danadas coisinhas…



ARIEH  NATSAC



ESTRELAS DO MAR



Estrelas-do-mar


Mar dos sargaços
Farol de espuma
Gaivotas rasgam
O véu da bruma

Barcos partidos
Barcos chegados
Ondas revoltas
Salgam pecados

Lobos do mar
Gritam ao vento
Quero passar
Tomar assento

Estrelas do mar
Do mar sem norte
Lançai-me as redes
Levai-me à sorte

E nos rochedos
Hão de passar
Sem verem fundo
Sem naufragar

São uns heróis
Uns pecadores
Mãe dos navegantes
Dai-lhes louvores

Se a sua dor
Se desvanece
Em cada lágrima
Nasce uma prece.



ARIEH  NATSAC





sexta-feira, 6 de junho de 2014

MINHA CONFIDENTE



MINHA CONFIDENTE


Sento-me junto a ela
Ponho-lhe os meus braços em cima
Meto as minhas pernas
No meio das dela
Não reage
Eu sinto-me bem
Conto-lhe os meus segredos
Que ela tão bem guarda
Sabe o que dizem os meus dedos
Vê aquilo que escrevo
Sem nunca se arreliar
Mantêm-se surda e muda
Ao ouvir minhas conversas
Mesmo que sejam adversas
Guarda com muito cuidado
As minhas cartas os poemas
Até cheques, sem pedir aumento
É a minha doce confidente
Sem ter horário
Sem ter um sorriso
Ou esgar de ciúme
Gosto dela assim como é
Da sua maneira
Ela é minha secretária
Com seu perfil de madeira.


ARIEH NATSAC


A HISTÓRIA REPETE-SE



A HISTÓRIA REPETE-SE


Agora que tudo passou
Voltámos de novo ao começo
Vêm como armas de arremesso
E tudo em volta se calou

Agora tudo nos levam
Sem terem dó nem piedade
Com arrogância e vaidade
Só maldade nos entregam

Lembram-me tempo dos Romanos
Em que só sabiam roubar
P’ra satisfazerem os amos

Tudo aniquilavam aos pobres
Como hoje, sem reclamarem
Honrados e míseros cobres.


ARIEH  NATSAC