domingo, 5 de maio de 2013

SE EU FOSSE A CHUVA



SE EU FOSSE A CHUVA


Se eu fosse como a chuva
Faria uma linha curva
P’ra mais tarde lá chegar
Passava p’las altas montanhas
Corroía suas entranhas
De terra por desbravar


Levava-a na minha mão
Para ter a sensação
De a soltar a correr
Bem depressa a soltaria
P’ra não ter a nostalgia
De a parar de viver


E na minha liberdade
Queria sentir a verdade
De ver campos a sorrir
Outeiros bem verdejantes
Risonhos como amantes
Sinceros sem vos mentir


Por mais curvas que fizesse
Talvez por lá encontrasse
O desejo de não chegar
Tão depressa ao meu final
Para levar todo o mal
E no lodo o enterrar.



ARIEH  NATSAC


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