SE EU FOSSE A
CHUVA
Se eu fosse como
a chuva
Faria uma linha
curva
P’ra mais tarde
lá chegar
Passava p’las
altas montanhas
Corroía suas
entranhas
De terra por
desbravar
Levava-a na minha
mão
Para ter a
sensação
De a soltar a
correr
Bem depressa a
soltaria
P’ra não ter a
nostalgia
De a parar de
viver
E na minha
liberdade
Queria sentir a
verdade
De ver campos a
sorrir
Outeiros bem
verdejantes
Risonhos como
amantes
Sinceros sem vos
mentir
Por mais curvas
que fizesse
Talvez por lá
encontrasse
O desejo de não
chegar
Tão depressa ao
meu final
Para levar todo o
mal
E no lodo o
enterrar.
ARIEH NATSAC
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