domingo, 5 de maio de 2013

ANATOMIA DESVIRTUADA



ANATOMIA DESVIRTUADA


Numa cabeça de alfinete
Vi lindos olhos de água
Numa boca-de-incêndio
Língua de sogra sem mágoa


No rosto tinha lindas maçãs
Nariz de Pinóquio nem vê-lo
Pele que cheirava a hortelã
E tinha no relógio um cabelo


Tinha pescoço de cavalo
Juntamente com papos d’anjo
Num tronco qu’ era um regalo
Sem ter asas de arcanjo


Tinha braços de cadeira
Tinha barriga nas pernas
Bacia sem ser lavadeira
Pés de cama tão modernas


Suporta um senhor d’Aquiles
Tem dedos sem ter piano
Em almas que fazem desfiles
De sapatos de ruim pano.


ARIEH  NATSAC

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