quinta-feira, 9 de maio de 2013

ASTROS SEM UNIVERSO



ASTROS SEM UNIVERSO


Abre-se a barraca do circo da vida
Há palhaços e trapezistas
Lambendo a terra queimada
Em busca do prazer
Que não sejam papoilas
Germinando no meio de trigo
Os astros esmoreceram
Obrigados por um Satanás sem tridente
Os artistas sem papel decorado
Foram levados pela corrente
De uma masmorra que dispara
O homem bala sem rede
Nesta península só os cigarros
Têm luz que acende e apaga
Os remorsos que preocupam os ossos
Que andam distraídos no Universo
Contam-se as fadas em contos
E os contos já não existem
Deixaram de ser ontem
Nas mãos de fingimentos sem perfume
Atira-se a toalha ao chão
E corre-se para uma urgência tardia
Onde a vida está presa por um fio
De uma espada pronta a descer
Sem pedir licença
Ao abrigo de um decreto-lei
Que ninguém leu nem ouviu
Mas o sangue assassinou
Atingido por uma bola de golfe
Que saiu dos prazeres da vida
Partindo o espelho em pedaços
E apagando de vez a luz do circo.




ARIEH  NATSAC

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