terça-feira, 7 de maio de 2013

NO ALTO DA BEIRA






NO ALTO DA BEIRA


Serra alta
Do alto da serra
Sobe e desce a Beira
Alta do alto do seu granito
Gélido e aquecido
Pela hospitaleira gente
Mas com a valentia
De um Viriato
Rei dos Hermínios

Neste contraste de emoções
Que se perdem no horizonte
Serrano, agreste e cortante
Como o vento que os agasalha
Mesmo no tempo mais frio

Rasga-se a terra do sustento
Com a força da natureza
Que lhe enruga a pele

E nas rugas do rosto
Há páginas de sabedoria
Que aprenderam na escola da vida
Tendo como companheiros
O latido de um cão
Ou o balido de um cordeiro
Acabado de nascer

Lá longe uivam os lobos
Que lhes ensinaram a esperteza
Num dia a dia bem rude

E quando acaba o mesmo
Chega a doçura do lar
Misturada com o aconchego
De um caldo quente
Ou de uma fatia de broa
Por vezes acompanhada
De um desejo

Do alto da serra
Nasce um rio de prosperidade
Que lhes vai afagando
A dor do seu granito.




ARIEH  NATSAC

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