domingo, 5 de maio de 2013

ESTÁ TUDO IGUAL



ESTÁ TUDO IGUAL


Sou um cofre…de ideias amarfanhadas
Fechadas a sete chaves

Quando quero estar alegre
Sinto um nó na garganta
Como espada invisível
Que me diz;
Não vás por aí…

O teu silêncio será eterno
Apenas o eco dos teus suspiros
Responderão aquilo que te vai na alma

Assim. Viverás num deserto sem areias
Apenas terás cardos que te rasgarão a pele
Coberta por uma camisa de chuva
Que te amaciará o ser
Visto de um ângulo utópico

Fecho o olhar já muito antigo
Farto de ver imagens das mesmas cores
Cinzentas, negras da cor do nada

Aqui me dói no fundo do pecado original
Que os meus pais primitivos
Cometeram levados pela gula

Assim me cruzo com a linda da vida
Febril e estupidamente convencido
Que na minha cabeceira
Aparecerá um livro que irei ler
E me ensinará a saltar fora
Deste xadrez como um peão
Saído deste nevoeiro tão espesso
E de espada na mão
Esgrimirá a realidade
A indicar-me o foco que hei-de seguir

Ai como é bom sonhar acordado
E ser personagem deste romance
De pálpebras fechadas
E dar xeque
A um nada que dói

Enfim acordei
Olha como chove…
Está tudo igual.



ARIEH  NATSAC

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