ESTÁ TUDO IGUAL
Sou um cofre…de ideias
amarfanhadas
Fechadas a sete
chaves
Quando quero
estar alegre
Sinto um nó na
garganta
Como espada
invisível
Que me diz;
Não vás por aí…
O teu silêncio
será eterno
Apenas o eco dos
teus suspiros
Responderão
aquilo que te vai na alma
Assim. Viverás
num deserto sem areias
Apenas terás
cardos que te rasgarão a pele
Coberta por uma
camisa de chuva
Que te amaciará o
ser
Visto de um
ângulo utópico
Fecho o olhar já
muito antigo
Farto de ver imagens
das mesmas cores
Cinzentas, negras
da cor do nada
Aqui me dói no
fundo do pecado original
Que os meus pais
primitivos
Cometeram levados
pela gula
Assim me cruzo
com a linda da vida
Febril e
estupidamente convencido
Que na minha
cabeceira
Aparecerá um
livro que irei ler
E me ensinará a
saltar fora
Deste xadrez como
um peão
Saído deste
nevoeiro tão espesso
E de espada na
mão
Esgrimirá a
realidade
A indicar-me o
foco que hei-de seguir
Ai como é bom
sonhar acordado
E ser personagem
deste romance
De pálpebras
fechadas
E dar xeque
A um nada que dói
Enfim acordei
Olha como chove…
Está tudo igual.
ARIEH NATSAC
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