ROSA SEM PERFUME
Procurei certa
roseira
Para colher seu
perfume
Mas foi tal a
bebedeira
Que só senti
azedume
Quando m’ataca a
secura
Meus lábios...aves voando
Que mesmo na
noite escura
Procuram oásis
cantando
Se o vento não
tem cuidado
Derruba até o
mais forte
Soprando de
qualquer lado
Deixa-nos mesmo sem norte
Nem sempre à
esquina da rua
Vejo mulher
ao luar
Que a minha vista vê nua
Com roupas para
tirar
Vi uma rosa sem
alento
No chão já
desfolhada
Rolando ao sabor
do vento
E com a lama
amassada
Essa rosa sem roseira
Já sem jardim
tresloucada
Anda sem eira nem
beira
Batendo em porta
errada
Com uma venda nos
olhos
Caminha sem passo
certo
Com uma venda nos
olhos
Cai no abismo
mais perto.
ARIEH NATSAC
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