segunda-feira, 18 de junho de 2012

ROSA SEM PERFUME


ROSA SEM PERFUME


Procurei certa roseira
Para colher seu perfume
Mas foi tal a bebedeira
Que só senti azedume

Quando m’ataca a secura
Meus lábios...aves voando
Que mesmo na noite escura
Procuram oásis cantando

Se o vento não tem cuidado
Derruba até o mais forte
Soprando de qualquer lado
Deixa-nos mesmo sem norte

Nem sempre à esquina da rua
Vejo mulher ao luar
Que a minha vista vê nua
Com roupas para tirar

Vi uma rosa sem alento
No chão já desfolhada
Rolando ao sabor do vento
E com a lama amassada

Essa rosa sem roseira
Já sem jardim tresloucada
Anda sem eira nem beira
Batendo em porta errada

Com uma venda nos olhos
Caminha sem passo certo
Com uma venda nos olhos
Cai no abismo mais perto.

                                                                                         ARIEH NATSAC

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