sexta-feira, 8 de junho de 2012

CAVO A TERRA EM QUE SEMEIO


CAVO A TERRA EM QUE SEMEIO


Moro numa casa cinzenta
Com janelas da cor do mar
Só a solidão me alimenta
Angústias que vou cavar


Cavo a terra que semeio
As dores são meio sustento
Vou ao fundo e sempre anseio
Que estes dias passem no vento


Faço a cama no chão raso
Colchão de umas penas tão negras
São prestações a curto prazo
Que me torturam como pedras


Moro numa casa cinzenta
Com telhado que o sol beija
Vem-me servir dura ementa
Negras nuvens numa bandeja.


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