sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CICLO VICIOSO



CICLO VICIOSO


Passo adormecido pelo cais
Atravesso tempestades de multidões
Vejo lá no alto o céu a dizer-me adeus
Eu caminho e guardo estrelas no peito
Ofereço a vida que me alimenta
Na transparência que na alma flutua
Meu coração balança na varanda
Dos espaços públicos onde vegeto
Frequento lugares de pálpebras caídas
Onde mãos doridas se apertam
Nas carícias do vento que me espertam
Até ao limite da minha discrição
Alerta estou em qualquer momento
Testemunho a minha cidade mistério
Com segredos perco-me nos becos da história
Povoados de janelas floridas
Orvalhadas por embaladas cantigas
Ouvidas no palco de um ciclo vicioso
Como estatua que abana mas não cai
Ando no cruzeiro sem ter destino
Onde desce um abraço amigo
A esta correnteza onde me abrigo.




ARIEH  NATSAC


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