quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A NOÇÃO EXATA DO MEU SER



A NOÇÃO EXATA DO MEU SER

Escrevo a qualquer hora do dia
Penso naquilo que vou escrever
Faço no papel o meu resumo
Olho as letras como se fossem fumo
De um cigarro que não fumo

De quando em vez vou à janela
Vejo o quintal florido
O cão ladra espavorido
Ao ver um gato sentinela
Esperando a sua presa

Penso que tenho história
Guardo tudo em memória
Para no papel contar

O crepúsculo está a chegar
Como passou este dia
Pensei que ainda era meio dia
Mas já aí vem a lua que é cheia

As palavras de volta e meia
Fervilham na minha mente
Meu Deus como é indecente
Ainda nada escrevi
Uma ideia aqui outra ali
Que agitada confusão
Fazem carícias à imaginação
A catástrofe dos meus poemas

Solto um grito
Solto a agonia
Solto a língua
Solto a ironia

Na minha nudez absoluta
Comigo travo árdua luta
Começo então a escrever
Num momento intemporal
Sem subterfúgios
Com verdade com mentira
A noção exata do meu ser.


ARIEH  NATSAC

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