És a jóia mais bela que tenho
O teu corpo é belo e ondeante
As ondas do mar beijam-te
Os teus cabelos têm vários tons
Na tua cabeça prateada
Pela lua e pelo sol
Erguem-se altas madeixas
Ladeadas por largos fios brancos
Que nos dão vida e cor
E onde proliferam quimeras.
Nos teus olhos magoados
Caem lágrimas desmaiadas
Por doces e ternos trinados
Que nos lembram as saudades,
Da nossa história,
Rica em palavras e actos históricos
Cantados e contados
Pela nossa boca
De voz enérgica e dolente,
Dos fadistas e dos poetas
Que nos trazem à memória.
Ah mas por aqui não fico
E estarrecido me fixo em teus seios
Altos e pontiagudos
Belos e omnipotentes
E brancos cor de neve,
Quando esta atrevida
Os vêm beijar,
E para nós é um encanto
Vê-los e desfrutá-los
Em toda a sua altivez.
Mas tornas-te mais bela ainda
Percorrendo o teu corpo
Onde o garrido das tuas vestes
Se mescla entre o néctar de uvas
E o verdejante cor de campinas,
Alfinetadas pelo dourado de espigas,
O alimento e a força graciosa
Do braço, de um ano, de trabalho.
Teu encanto é de princesa
E o teu perfil é sinuoso
Da cabeça até aos pés
Com que sulcas finas areias
E o sol se rende,
E onde te enamoraste
Por gente que não conhecias.
É lascivo o teu andar
Calmo e suave,
Como o de gaivotas
Que sobre o mar, planam
Onde a marinhar, nos ensinaste
Em barcos por inventar.
Mas quem és tu afinal?
Ainda não te apresentei
Pois só o teu nome eu sei
És o nosso PORTUGAL.
ARIEH NATSAC
Sem comentários:
Enviar um comentário