Um dia quando eu partir
Quero toda a gente a sorrir
Sem terem dó nem piedade
Não quero sintomas de falsidade
Porque por eles eu já passei
E tudo aquilo que eu rimei
Há-de ficar esquecido no tempo
Foram muitos e grandes os desencantos
As horas amargas sem haver prantos
De um homem que sofreu sozinho
Entre silvas cardos e rosmaninho
Que meus pés pisaram sem dar por isso
Mas as marcas ficaram sem compromisso
Na escuridão que marcou afoito tempo
Vi mulheres, senhoras feitas damas
Despirem-se e vestiram-se em outras camas
Desafiando as leis da ocupação
Vi no seu corpo retalhos de escravidão
Que a memória curta hoje relembra
Um passado que as percorre e se desmembra
Em derrotas que não apagam mais o tempo
Em todas essas sórdidas guerras
Floresçam os campos e as serras
Acabe-se de vez com a ambição
Sôfrega de sangue poder e podridão
Construa-se um mundo com prazer
Por isso parem e saibam o que estão a fazer
Mas não chorem quando se finar o tempo….
ARIEH NATSAC
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