quarta-feira, 15 de setembro de 2010

AS FÉRIAS

Ia para a Beira sem ter beira
Com todo o gosto que o mês tem
Na Alva de um rio sempre que queira
Mergulho entre seixos sem ser refém

Desfolhadas de espigas desfloradas
Tirando-lhes a camisa pondo a nu
Maçarocas que em virgens são pisadas
Sem gemidos de farelo bailam em cru

Cortam-se os néctares de um Deus Baco
Na mais familiar e cusquice chinfrineira
Na merenda come-se untuoso naco
De gorducho bácoro. Na frigideira

Seroa-se no tempo sem ter hora
Em casa deste do outro ou na rua
O sono quando vem se enamora
De um sorriso malicioso que tem a lua

Sobe-se uma laje. Lageosa
Que deu nome a uma terra boa
Feita de granito mas tão formosa
Que nem o vento agulha a bem ferrou-a

Pinhais, eucaliptais e verdes prados
Embalam-se com o marulhar das águas
Perfumados por giestas e alguns cardos
Contrastes de rios e de agrestes fragas.



                                                                                                         ARIEH NATSAC


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