quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DONZELA TODA A VIDA

 DONZELA TODA A VIDA

De olhos cerrados no chão
Calada como donzela
Procura na solidão
Quem não procura por ela

Não fala com ninguém
E anda sempre apressada
Há quem diga que é virgem
Por ela não passou nada

Anda triste a criatura
Escondendo o seu segredo
Até que chegue a altura
Da chave do bom S. Pedro

Já caminha para a velhice
Os anos já não perdoam
Está voltando à meninice
Seus desejos a atraiçoam

Agora quer qualquer um
Com o calor que ainda tem
Mas não arranja nenhum
Já não convence ninguém

Perdeu toda a mocidade
Fechada em seu castelo
Agora sente a saudade
Dum amor que não desvelo

Triste sina bem macabra
Mas ninguém sente remorsos
Para que a porta se não abra
Quem não lhe comeu a carne
Não lhe roa os ossos.


                                                                       ARIEH  NATSAC 





                                                                                                      

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