DONZELA TODA A VIDA
De olhos cerrados no chão
De olhos cerrados no chão
Calada como donzela
Procura na solidão
Quem não procura por ela
Não fala com ninguém
E anda sempre apressada
Há quem diga que é virgem
Por ela não passou nada
Anda triste a criatura
Escondendo o seu segredo
Até que chegue a altura
Da chave do bom S. Pedro
Já caminha para a velhice
Os anos já não perdoam
Está voltando à meninice
Seus desejos a atraiçoam
Agora quer qualquer um
Com o calor que ainda tem
Mas não arranja nenhum
Já não convence ninguém
Perdeu toda a mocidade
Fechada em seu castelo
Agora sente a saudade
Dum amor que não desvelo
Triste sina bem macabra
Mas ninguém sente remorsos
Para que a porta se não abra
Quem não lhe comeu a carne
Não lhe roa os ossos.
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