quarta-feira, 15 de setembro de 2010

NÓS OS ASSASSINOS


Somos elementos de reacção
De produtos em combustão
Activados por glândulas
Pulmonares e salivares
Que os inalam dos ares
Por vias orais e nasais
Poluindo os pulmões
E outros órgãos capitais
A expulsão do gás carbono
Queima o oxigénio ao abandono
Em laboratórios circulantes
Mas as combustões são constantes.
Nefelibatas é que nós somos
Em nuvens os pensamentos pomos
Para nos tornarmos libertos
Pomos nossos espíritos abertos
Somos os reis da poluição
Destruímos o nosso mundo de acção
Com o vírus da doença
Que nos acompanha à nascença
Neste ambiente onde vivemos
E é ele tudo o que temos
Somos os reis da destruição
Pomos o mundo em ebulição
Destruindo-nos lentamente
Acabando com a semente.
Mas que mundo queremos nós?
Se nesta fogueira atroz
Que arde e nunca pára
A nossa ambição não sara
As cicatrizes desta batalha
Onde o fumo é a mortalha
Que de capa nos vai servir
Quando a boca não parar de abrir
Por não poder respirar
Sufocada com falta de ar
Que nós vamos condensando
E em reacções carbonizando
Mas afinal que queremos nós?
Se não ouvimos a nossa voz
No meio de ruídos sonoros
Que se tornam quase coros
Nos nossos ouvidos sem som
E o nosso sangue tão bom!
Onde até há D.D.T.
Sem que a gente por ele dê
Tudo isto que nós temos
E às vezes não sabemos
É tudo feito por nós
Para nos destruirmos
Neste mundo tão feroz
E para quê tanta ferocidade?
Se às vezes nessa maldade
Nós próprios vamos cair
E quase sempre sem sentir
Se nos ardem já os olhos
É por causa dos escolhos
Que vamos arranjando
E com lágrimas lavando
Se com as pernas não podemos
É pelo que não comemos
Porque os órgãos capitais
Rejeitam por não poderem mais
Começando uma guerra biológica
De acção catastrófica
Que nos põe em combustão
Lançando-nos no mundo
Em destruição.


                                                                               ARIEH  NATSAC






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