quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O ECO


Sem pedras na mão escrevo este poema
Com o sangue nas veias… vivo este dilema
Sem armas eu luto, sem armas disparo
Com olhos abertos, escrevo e reparo


Com o sol me aqueço, com ele esfrio
Na noite escura, eu passo e sinto frio
Olho o mar e vejo nele mil clarões
Que foram revoltas de gerações


Baladas escondidas, em sons afogados
Trinados desertos, de olhos magoados
São hoje de Abril, ecos de glória
Torrentes sagradas da nossa história


História que bebo com sofreguidão
Um vinho novo para a minha digestão
Que nos faz falar mas sem revolta
Nem choros gemidos, já sem escolta


Noivas de negro, mudaram de cor
Pais que hoje choram mas por amor
Dos que tombaram e não vieram
Ver esta terra com que sonharam


Hoje todos somos terra por desbravar
Caminho longo para caminhar
Somos o trigo quer há-de dar pão
Que só comeremos pela nossa mão


Sem pedras na mão, escrevo este poema
Para que ele seja o eco de uma calema
Que o mar galgue a terra sem prejuízo
E faça do meu país, um jardim um paraíso.


                                                                           ARIEH  NATSAC



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