Através do meu olhar
Vejo-te como te quero
Bonita como noite de luar
E o meu corpo vens beijar
Com calor puro e sincero
Tua aurora transparente
É o idílio e o meu desejo
Fulgor que o meu coração sente
E me aquece de repente
Como se me envolvesse num beijo
O coração não tem morada
Mas o meu de ti perto fica
És minha natureza encantada
Minha ilha inexplorada
Minha jóia bela e rica
Suaves as tuas águas
Como as abraço com carícias
Esquecendo as minhas mágoas
E pouco a pouco desbravo-as
Deleitando-me com tais delícias
Envolvendo-me no teu sol
Aqueço-me enternecido
Oriento-me como farol
Mesmo depois de arrebol
E separar-me de ti não consigo
Quando te fito no horizonte
Vendo os homens na sua faina
Penso que estou defronte
De miraculosa fonte
Que nossas doenças amaina
Nas rochas ásperas e duras
Que nos fustigam o ser
São o bálsamo das amarguras
Para o inverno as armaduras
A míngua do nosso padecer
A tua pequenez não importa
Do sol és a rainha
A todos abres a porta
Poluição é palavra morta
E por isso és muito minha.
ARIEH NATSAC
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