quarta-feira, 13 de julho de 2016

XENOFOBIA



XENOFOBIA


De carne e osso somos todos feitos
Mas temos diferenças; sendo iguais
As convicções o ódio são letais
Fortemente agudizam preconceitos

O medo faz barreiras – com trejeitos –
Onde batem ideias, bem rivais
Que seguem seus caminhos triviais
Alarguem-se horizontes sem defeitos

A cor a religião tem seu sentido
E nada neste mundo é proibido
Tranquem-se as más ideias p’lo respeito

P’ra combater aquilo que é doença
Afastem-se os maus hábitos; sentença
Cortem-se desavenças p’lo direito.



ARIEH  NATSAC






LINGUA PORTUGUESA



LÍNGUA PORTUGUESA


Ditosa Pátria: não mereces filhos…
– Destes – que só nos querem pôr à mingua
Minha cara de negro agora tinjo-a
Pois vejo que só somos andarilhos

Fizemos nossa história em duros trilhos
Implantámos no mundo nossa língua
Até no meu país agora finjo-a
E para outros povos empecilhos

Temos de falar cá dentro, estrangeiro
Quando algum estrangeiro vem a nós
Mas postas de pescada tu arrotas

Nossa língua ensinada foi primeiro
Ilustres no passado; fomos voz
Mas hoje apenas somos lambe botas.


ARIEH  NATSAC

OS AZULEJOS



OS AZULEJOS


Azulejos vieram do Oriente
 Dos Persas: logo os árabes seguiram
Co’a geometria mais não conseguiram
Assim o Alcorão foi concludente

Técnica do fabrico foi crescente
Muitas casas reais se decidiram
Com colorido e arte se tingiram
Dando-lhe a realeza mais fulgente

Em Portugal tem mais cor o azulejo
Nas casas nobres como a Bacalhoa
P’los jardins do país ele povoa

De gloriosos feitos de pelejo
Também das caçadas ou mesmo o Tejo
Ou figura de santo que abençoa.

ARIEH  NATSAC




CAMPEÕES EUROPEUS



CAMPEÕES EUROPEUS
(Em França)


Fiquei atordoado, é natural
Neste caso a final pôs-me enervado
P’lo feito consumado e bem real
Valente Portugal foi consagrado

Campeão aclamado sem rival
Em França – um arraial – no seu relvado
Levou p’ra ser lembrado, um recital
Deste povo imortal nunca vergado

Ronaldo abalroado ficou mal
No banco, cerebral, Santos louvado
A sua fé deu brado, habitual

Brio Nacional sempre esperado
Golo de Éder marcado genial
Momento triunfal bem festejado.


ARIEH  NATSAC


A FORÇA DO CRÊR



A FORÇA DO CRER…


Maldizentes, que azia, que transtorno
Anda por esse mundo um desatino
Devem ter na cabeça o intestino
Acompanhado com algum adorno

Por não ter resultado algum suborno!
Talvez por um país tão pequenino
Ter vencido o Golias que imagino
De raiva lá ficou com dor de corno

A taça de campeão foi de abalada
P’ra ocidental praia Lusitana
Nobre povo valente que se ufana

Por mais uma batalha conquistada
Com valentia, sangue e muita dor
Mostrando ao mundo quem foi o melhor.


ARIEH  NATSAC

domingo, 10 de julho de 2016

TIRADENTES



TIRADENTES…

Joaquim José da Silva Xavier
Poucos ao certo sabem quem é
 Nem se alguém o tratava por Quim Zé
Tiradentes, não foi homem qualquer

Antes queria quebrar e não torcer
Um ser de convições e muita fé
P’lo bem do Brasil não arredou pé
Por ser inconfidente o viu morrer

Por lesa majestade seu final
Condenado à pena capital
Militar, ativista até dentista

Passou em procissão por tanta rua
Para mostrar que a morte sendo a sua
Acabou por ser grande e progressista.


ARIEH  NATSAC

MARTIM MONIZ



MARTIM MONIZ


Foi mesmo verdadeira, falsa ou lenda?
A história do Martim Moniz herói
Que dizem de verdade nobre foi
Por Lisboa um mártir na contenda

Mas a contradição também desvenda
E nova narrativa se constrói
Se é verdade a dita como dói
Ou apenas se trata duma adenda

Verdade ou não na história nos ficou
E aquela porta aberta o proclamou
Conquistador cristão desta Lisboa

D. Afonso primeiro fez erguer
Junto à porta uma estátua a saber
Verdade que p’lo tempo se apregoa.


ARIEH  NATSAC

HOMEM DOS DESCOBRIMENTOS



O HOMEM DOS DESCOBRIMENTOS


Foi o filho de um príncipe perfeito
O empenho do seu feito deu razão
O mar foi convicção e seu preito
Á Pátria com efeito não foi vão


D. Henrique um cristão de aberto peito
Aos mares com proveito e decisão
Seu sonho bastião do seu empreito
Mas levando respeito e a devoção

De nobre geração foi o sujeito
Que ao mundo satisfeito deu noção
Sempre de coração insatisfeito

Achou tirar proveito do guião
Sagres foi o rincão mais que perfeito
Portugal teve enfeito, em sua ação.


ARIEH  NATSAC



MADEIRA



RECORDO O PASSADO AQUI PRESENTE
(MADEIRA)


Em tempos que lá vão, linda Madeira
Passeei sem canseira – uma certeza –,
Do Atlântico princesa sem fronteira
E tanta garrafeira farta mesa…

Flores são realeza sem fronteira
Perfume que bem cheira e se preza,
Levada uma surpresa, ali à beira,
Seguindo uma clareira sem defesa…

Cabo Girão, soleira de lindeza
Que Max de sua alteza fez carreira
É tanta a bananeira que embeleza!

E o bailinho é nobreza qual bandeira
Senhora – hospitaleira, que franqueza –
Do monte tem pureza qual roseira.


ARIEH  NATSAC



ANANÁS



ANANAS…

Cultura do ananás vi nos Açores
Frutos de bons sabores e de aspeto
Na ilha é grande o afeto, seus amores
Descrito sem favores em meu soneto

Em estufas ereto aos calores
Plantados são fulgores que prometo
Falar-vos deles – meto – em meus louvores
Dos seus jardins de odores que vegeto

Soberbo é o folheto com as cores
Que alindo com as flores que remeto
Verde postal completo de vapores

Coroado em decreto de suores
Com os trabalhadores um dueto
Levado sem trajeto p’rós senhores.

ARIEH  NATSAC

JOSÉ FRANCO



SONETO DE RIMAS ENCADEADAS
(José Franco)

Se for a Mafra passe p’lo Sobreiro
Verá obra do oleiro maravilha
Mesmo uma simples bilha de aguadeiro
Passando p’lo barbeiro sem patilha,

Tanta arte que se empilha do barreiro
José Franco o obreiro que partilha
Inspiração é filha sem herdeiro
Aqui no seu canteiro, sem cartilha

No seu mundo trilha qual moleiro
Moendo o ano inteiro o que fervilha
Na mente se rendilha esse santeiro

Uma venda um ferreiro que dedilha
O ferro que já brilha no braseiro
Encanta o forasteiro nesta ilha.

ARIEH  NATSAC


CASTELO DE ALMOUROL



CASTELO DE ALMOUROL


No Tejo em Almourol é muito belo
Na bruma é cutelo que desponta
A torre ao céu aponta o modelo
De Gualdim Pais castelo tendo em conta

Beleza se confronta quando ao tê-lo
Foi tão lindo erguê-lo e bem se apronta
Ei-lo: não se amedronta em defendê-lo
Sublime quer mantê-lo sem afronta

Passado sempre conta, e o interpelo
Dos templários elo em sua monta
Guerreiros sem afronta um pesadelo

P’ra intruso é sustê-lo, na desmonta
Mouro firme amedronta, com desvelo
Virotes p’ra prendê-lo, logo aponta.


ARIEH  NATSAC


VULCÃO



VULCÃO
(Lembrando o vulcão na Islândia)
(Soneto hendecassilábico)

Olhei, pensei, senti o medo do nada
Na frente vi largada, grande torrente
De lava incandescente descontrolada
Tamanha derrocada de lama quente

A refrega absorvente de cumeada
Tão estranha crispada como abrangente
Alerta para gente martirizada
Sentindo-se atacada sai velozmente

Homem que não ostente ideia firmada
Sobre esta fumarada que é tão crescente
– Empolga tanta mente dilacerada –

De cor acinzentada que impunemente
Com nada é complacente desaustinada
Angustia consumada e bem concludente.



ARIEH  NATSAC



EUROPEU 2016 EM PARIS



EUROPEU DE 2016 EM PARIS


Joga-se o Europeu à canelada
Com muita biqueirada numa bola
Em redor tanto artola que cegada
De cara pintalgada e borrachola

Há também que dar a sola p’la malvada
Clubite é destemperada que desola
Agride-se e rebola em tanta estrada
Tanta gente fardada que controla

Fúria que viola e que avinhada
Enfrenta bastonada como mola
Amor a camisola enxovalhada

No campo é exaltada até com ola
Jogo, qual festarola é animada
Mesmo em riste há jogada que se isola.



ARIEH  NATSAC