Subo as escadas
Da vida
Tropeço
Caio
Levanto-me
Adormeço
Tento agarrar-me
Ao futuro
Tão escuro
Que mal me vejo
E sinto
Um tal desejo
E bocejo
E prevejo
Que outro dia se esconde
Mas não sei onde
Por mais
Que eu ronde
Ao mesmo vou parar
Cansado
Começo a arfar
Mas sem me faltar
O ar
Para eu respirar
Neste solfejo
Nesta melodia
Neste harpejo
Que todo o dia
Me entra porta dentro
Maldição
E eu já peço perdão
E eu lamento
Pois estou farto
Deste trato
Tão abstracto
Que não suporto
Pois já estou morto
E mais que torto
E ressequido
Sem ter um sentido
Calem-se almas penadas
Vampiros de sangue
Vivo
Deixem-me viver
Deixem-me escrever
Estar liberto
Em rumo certo
Pois não me enganem
Com tanta trama
Pois já me sinto
E eu não minto
Em desespero
E o que mais espero
Sem voltar a atrás
Lá bem distantes
Bem petulantes
E que tudo seja como dantes
Com muito sossego
E muita paz.
ARIEH NATSAC
Sem comentários:
Enviar um comentário