sábado, 25 de setembro de 2010

OLHEM QUE TEMPO...

Sento-me no café
Antes que cheguem horas
Leio o jornal
Para me descontrair
Um pouco…
Antes de começar a guerra
Do quotidiano
Depois será o descarregar
Do ácido clorídrico
Que invade o fígado
Retalhado
Pela acidez da vida
Mas que leio eu
Se não guerras
Mas que vejo eu
Se não mortos
Mas que eu oiço eu
Se não apelos aflitos
De crianças
Pedindo pão
E paz
Como Icaros de asas cortadas
Que não conseguem voar
Mas ninguém os ouve
Porque estão cegos
De raiva
Mas ninguém os escuta
Porque o troar das armas
Só consegue desfigurar
A angustia
Dos próprios filhos
Bolas…
Mas porque falam em paz
Se a guerra não para.
Depois de ler o jornal
Caminho lentamente
E entro na guerra
Do quotidiano
Pensando…
Que talvez fosse melhor
A humanidade
Ser surda, cega e muda
Pois talvez assim…
Houvesse Paz.
                                   Seria?


                                                                                     ARIEH NATSAC







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