CANTO O FADO SÓ P’RA MIM…
Canto o fado só p’ra mim
Porque o não sei cantar
A ouvir o fado nasci
Com a guitarra a chorar
Tenho no peito magoado
O mistério e as dores
Que pintei no meu passado
Com tintas de múltiplas cores
Agora choro a saudade
Dos fados que não cantei
Mas sinto grande vaidade
Daqueles que escutei
Fado é nosso é Português
Não o troco por mais nada
Quando se torna burguês
Tem sua alma castrada.
ARIEH NATSAC
NAQUELA TARDE DE INVERNO…
Naquela tarde de inverno
Quando eu te conheci
Senti que era amor eterno
Porque estavas junto a mim
Tuas mãos estavam geladas
O meu corpo sem calor
Teus olhos, eram levados
De mágoas, tanto temor
A chuva mais engrossou
Fez-se negro esse dia
Já não sei quem eu sou
Nem meu coração sabia
Aquela tarde de inverno
Juntou-se a ventania
Quis jurar-te amor eterno
Mas não sei como seria.
ARIEH NATSAC
TENHO O FADO POR CONDÃO
MÚSICA DO FADO (NÃO SOU FADISTA DE RAÇA)
Tenho o fado por condão
Por ter nascido em Lisboa
Vou mantendo a tradição
Embora a saudade doa
Agora lembro a idade
Das noitadas bem passadas
Percorridas na cidade
Em becos e encruzilhadas
Até a lua sorria
No seu alto pedestal
Em Alfama ou Mouraria
Com seu brilho de cristal
Com a pena escrevo tudo
E fico às vezes com pena
Do meu silêncio ser mudo
E a minha voz me condena
Hoje cansado e já velho
Encontro tudo mudado,
Do tempo tenho o conselho
Que é o meu triste fado.
Ao fado dou minha voz
Mas está tudo mudado
O fado é de todos nos
Mas cada um com seu fado.
ARIEH NATSAC
O TEU FADO SEREI
EU…
(Música – Deixa que te cante um fado)
O teu fado serei eu
Deixa-me cantá-lo sempre
O teu fado serei eu
Mas deixa que eu te lembre
O teu fado serei eu
A ti fiquei preso um dia
Vejo sempre nos meus sonhos
Os versos que te cantaria
O teu fado serei eu
Tendo a tua inspiração
Mesmo com a nostalgia
Que guardo no coração
O teu fado serei eu
Sinto as tuas vibrações
Não sei se será despeito
Ou são somente ilusões.
ARIEH NATSAC
