TIVE MIRAGENS
DESERTAS
Hoje penduro a
cabeça, concentro-me no passado
Vejo que a vida
travessa, me deixou ignorado
Até do avesso
virado
Fui figurante sem
enredo, na peça que a vida me deu
Folguei com tanto
segredo, e neste meu enlevo
Fui o que me
aconteceu
Tive mais do que
imaginei, bati a portas indiscretas
Tive miragens
abertas, em muitas me encontrei
Por estarem bem
despertas
Roía-me a
curiosidade, de um poeta ausente
Lancei até a
semente, de nome leviandade
Ignorando o
presente
Foi-se tudo
docemente, vindo por mau caminho
Apanhou-me qual
santinho, que dorme impunemente
Dizendo-me muito
baixinho
Agora és um
farrapo, tudo quiseste ganhar
Por entre os
dedos te escapo e sossegado me alapo
No nada que tens
para dar.
ARIEH NATSAC
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