segunda-feira, 30 de março de 2015

TIVE MIRAGENS DESERTAS



TIVE MIRAGENS DESERTAS



Hoje penduro a cabeça, concentro-me no passado
Vejo que a vida travessa, me deixou ignorado
Até do avesso virado

Fui figurante sem enredo, na peça que a vida me deu
Folguei com tanto segredo, e neste meu enlevo
Fui o que me aconteceu

Tive mais do que imaginei, bati a portas indiscretas
Tive miragens abertas, em muitas me encontrei
Por estarem bem despertas

Roía-me a curiosidade, de um poeta ausente
Lancei até a semente, de nome leviandade
Ignorando o presente

Foi-se tudo docemente, vindo por mau caminho
Apanhou-me qual santinho, que dorme impunemente
Dizendo-me muito baixinho

Agora és um farrapo, tudo quiseste ganhar
Por entre os dedos te escapo e sossegado me alapo
No nada que tens para dar.



ARIEH  NATSAC


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