POR
ENTRE DEDOS ME ESCAPAS
Por
entre dedos me escapas, pergunto-te até quando
Do
silêncio tenho capas, faço no tempo meus mapas
Enxugo
ao vento meu pranto
Minha
vida é andorinha, que rodopia sem parar
Que
nas horas se definha, seja à noite ou à tardinha
Vou
fazê-la retardar
Vou
tentá-la perceber, no imenso desesperado
Imagino
o meu bem querer, antes quebrar que torcer
Sem
me tornar ignorado
Vivo
entre paredes meias, meus suspiros são antanhos
Labirinto
de sereias, nobres e plebeias
Vistas
dos meus olhos castanhos
Que
embalavam quais canções, ditas em janelas brancas
Serenatas
de emoções, rosários de predições
Portas
de fronteiras francas
Fugazes
segredos se foram, esculpidos em pedra dura
Ninguém
sabe onde param, até as palavras coraram
Acenam
com tanta secura
Perco-me
em doce alvor, que nasce à flor da pele
Mas
até a mais fina flor, já perdeu o seu fulgor
Seu
perfume sabe-me a fel.
ARIEH NATSAC
Sem comentários:
Enviar um comentário