MENINO VÁDIO
Roto e descalço,
segue a viagem
Como um assalto,
tem na miragem
Olhos cansados,
olham a lua
São os soldados,
da sua rua
Na boca tem,
sabor amargo
De um desdém,
maldito trago
Joga à bola,
contra o mundo
Que lhe rebola, em
cada segundo
Anda ligeiro, de
porta em porta
Sem ter braseiro,
que o conforta
Pisa a lama, em
que arrefece
Na sua cama, onde
adormece
Corpo vádio, que
anda ao relento
Não sente o frio,
nem alimento
Tremem-lhe as
mãos, treme-lhe a voz
Com seus irmãos,
num bairro atroz
Grande o
mistério, por desvendar
Sem ter critério,
à que avançar
Tem uma estrela,
para o guiar
Qual caravela,
onde embarcar
Lá vai sem rumo,
pela vida fora
Espalha-se o
fumo, que o devora.
ARIEH NATSAC
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