sexta-feira, 27 de março de 2015

LUZ APAGADA



LUZ APAGADA


Já lá vão tantos anos
Apenas ficaram recordações
Poemas descompensados
Letargia de uma juventude
Tão privilegiada e evasiva
Outros tempos outras qualidades
Olha o tempo feroz que as derrubou
Pisca-me os olhos atrevido
Eu não estava prevenido
Mas ele foi-se embora
Agora ficou a saudade
Minha irmã
Aos pés da cama
Chama sem pavio
Tornou-se sonhadora
Biografia de uma senhora
Espetro de uma agenda
Que não tinha dia nem hora
Complexo de culpa
De um calendário
Que apagou a luz
Deixou-me parado
A divagar pelo tempo
E eu contemplo
A noite que não me liberta.



ARIEH  NATSAC

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