sexta-feira, 13 de março de 2015

LISBOA QUE EU RECORDO



LISBOA QUE EU RECORDO
 Lisboa já foi Moirama
E na bela Alfama
Cantou toda a saudade 
Lisboa nas horas mortas
Abandonava as hortas
Rumo à sua cidade

Poetas aventureiros
Eram sempre os primeiros
Cantando a triste sina 
Em tascas afamadas
E sempre avinhadas
Lisboa eras ladina

Lisboa de aguadeiros
Foram cancioneiros
Da alta burguesia 
Lisboa da fava-rica
Que nos dava genica
Para todo o dia

Lisboa e seus pregões
Eram como orações
Que acordavam vielas 
Da Graça e do Castelo
Olhando com desvelo
Enfunadas caravelas

Lisboa dos carroceiros
Que foram os primeiros
A levar tão dura carga 
Neste relicário
Co’o bilhete operário
Que a saudade nos embarga

Ardinas à meia tarde
Sem fazerem alarde
Lá passavam fugazes 
A venderem os jornais
Com frases bem triviais
Argúcia de rapazes

Nesta Lisboa sonhei
Cresci e trabalhei
Fui homem de verdade… 
…Estás tão diferente
Anda cá outra gente
Mudou a minha cidade.


ARIEH  NATSAC
       

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