LISBOA QUE EU RECORDO
Lisboa já foi Moirama
E na bela Alfama
Cantou toda a saudade
Lisboa nas horas mortas
Abandonava as hortas
Rumo à sua cidade
Poetas aventureiros
Eram sempre os primeiros
Cantando a triste sina
Em tascas afamadas
E sempre avinhadas
Lisboa eras ladina
Lisboa de aguadeiros
Foram cancioneiros
Da alta burguesia
Lisboa da fava-rica
Que nos dava genica
Para todo o dia
Lisboa e seus pregões
Eram como orações
Que acordavam vielas
Da Graça e do Castelo
Olhando com desvelo
Enfunadas caravelas
Lisboa dos carroceiros
Que foram os primeiros
A levar tão dura carga
Neste relicário
Co’o bilhete operário
Que a saudade nos embarga
Ardinas à meia tarde
Sem fazerem alarde
Lá passavam fugazes
A venderem os jornais
Com frases bem triviais
Argúcia de rapazes
Nesta Lisboa sonhei
Cresci e trabalhei
Fui homem de verdade…
…Estás tão diferente
Anda cá outra gente
Mudou a minha cidade.
ARIEH NATSAC
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