NAQUELA TARDE
SOALHEIRA
Naquela tarde
soalheira, ofereci-te uma flor
Apanhei-a sem ter
canseira, foi uma prova de amor
Naquela tarde
soalheira
Parecias uma
andorinha, procurando o teu beiral
Jurei que serias
minha, ao poisar no teu portal
Fizemos trinta
por uma linha
O sol nos
embelezava, fazia-te corar o rosto
Eras como um sol-posto,
que no horizonte ficava
Linda paisagem de
Agosto
Perdi a infância
inteira, correndo a minha distância
Ateando a minha
lareira, absorvendo a fragrância
Moendo o trigo na
jeira
Minha flor tão
viçosa, culpa dos meus pecados
Alegres
incontrolados, numa visão tão formosa
Meus delírios
inconsolados
Naquela tarde
soalheira, teu corpo foi o meu rio
Também foi minha
bandeira, desfraldada nesse estio
Debulhado sem ter
eira.
ARIEH NATSAC
Sem comentários:
Enviar um comentário