BARCO SEM REMOS
Barco sem remos
já cansado
Batendo em
rochedos esburacados
Que se deixam
beijar por esse mar
Que não encontro
nas vagas
Da minha intolerância
doentia
Rumo ao infinito
sem ter rumo
Tenho as minhas
vísceras agonizadas
Perdi-as no
desejo que não tenho
Fecham-se me as
portas de antanho
Sem fechaduras
que eu possa abrir
Para ver o sol e
o mar bravio
São alvoradas
cinzentas em que desperto
No deserto que
atravesso
E vou caindo como
um cego sem norte
Levanto-me num
desassossego
Que eu não quero
ter
Mas antes fosse
só desespero
Ao ver a lua
sorrindo tão travessa
Barco sem
remos…que desorientação
Porque me canso
já sem remar
Tudo é infinito e
não conheço
E um dia quando
cair de vez
Vou sentir que
não fiz
Tudo aquilo que
eu queria.
ARIEH NATSAC
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