NATUREZA VIVA
Entre dois sofás
há uma janela
Sobre uma mesa há
uma jarra de flores
Que apanhaste
quando subiste a serra
Ao longe ouvem-se
águas em queda
A lembrar a
maciez dos teus cabelos
Que apanhavas
pela manhã
Para depois me
ofereceres submissa
Belos tempos em que
saltávamos
Entre os
penhascos sedentos da nossa liberdade
Riamos ao vermos
os pássaros
Cantarem em uníssono
lindas melodias
O rio ainda lá
está cada vez mais sujo
Pela podridão
humana que nada respeita.
Os sofás
As mesas
As flores
Mudaram de cor
Também eles
envelheceram tal como nós
A saudade essa, é
uma folha de livro
Que ambos
escrevemos no passado
Para relermos no
presente
Que nos fará
chorar no futuro
Tudo mudou
Bem como a nossa
consciência
Cada vez mais
atrofiada.
ARIEH NATSAC
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