POBRE CRIANÇA…
Aquela criança
Que ali vai
Descalça, rota
E semi-nua
Corre em busca
De uma ilusão
Que o tempo lhe
esconde.
Não tem cadernos
diários
Escreve nas
linhas
Do presente
Um futuro rasgado
Pela
marginalidade
Que vai ganhando
Como troféu
Que lhe foi
imposto
Por quem o deixou
No mundo.
Brinca na lama
De um barro
De que é feito
E que se vai
partindo
Na angustia
Que o consome
Na fome
De algo que
procura
Para a satisfazer.
Raiz de torga
Mal amada
Vai chutando
Uma lata velha
Que lhe faz
companhia
Nas suas
brincadeiras
Como se quisesse
chutar
O seu desespero
Mas mesmo assim
sorri
E abre os braços
À vida
Estúpida
Agreste
Cobarde
Que o atirou
Pela escada
abaixo
Sem ter ainda
Subidos os
degraus
Que o levarão
Aquilo que lhe
está destinado
Pobre criança
Sem pão
Sem amor
Sem roupa
Mas que tem
Sempre um sorriso
Na boca.
ARIEH NATSAC
Sem comentários:
Enviar um comentário