quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O EMIGRANTE


De mala às costas
Barba crescida
Lágrimas nos olhos
Na despedida
Filhos que choram
Mulher também
Lá vai seu homem
Para ser alguém
Leva nos olhos
Os seus retratos
No pensamento
Sonhos baratos
Também os campos
O vão estranhar
É mais um filho
Que os vão deixar
Foi no trabalho
Que se fez homem
Mas nesta terra
Nada o retém
Ouviu dizer
Ouviu cantar
Que o seu vizinho
Já quer comprar
Prédios e campos
Pois tem dinheiro
Que lá ganhou
Pelo estrangeiro
Foge aos senhores
Foge à má sorte
Vai para bem longe
Procurar seu norte
De tudo que leva
Leva a esperança
De ter melhor vida
Em terras de abundância
Lá não é seguido
Nem é roubado
Vai trabalhar
Porque é honrado
Do seu trabalho
Há-de ter o pão
Viver em paz
Sem repressão
Quando voltar
Já trás dinheiro
Educa os filhos
Cresce o celeiro
Faz vida rica
Veste elegante
É assim a vida
Do emigrante.




                                                                                        ARIEH NATSAC



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