sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

NO TEAR DA INFÂNCIA



NO TEAR DA INFÂNCIA…


No tear da infância
Teci bons e maus bocados
Pedaços de fragrância
Receios desmascarados

Tive um trono fui profeta
Tive ameias sem castelo
A princesa predideta
Dos jograis do meu desvelo

Fui curandeiro de mim
Saciei a minha carne
Fui cravo até jasmim
No teu jardim plantei charme

Fiz juras de mãos postas
Cocei depois a cabeça
Nas letras só fiz apostas
Em bilhetes de promessas

O tear ficou vazio
Vai tecendo sem ter nada
Só tece a idade e o frio
Numa linha desvairada

Aquilo que agora visto
A azia e o fel
Ao veneno até resisto
Do tempo que é meu corcel

Saudade, é a camisa
Que visto na solidão
Que no meu corpo desliza
E algema o coração

No tear da infância
Eu teci muita ânsia…
No tear da infância
Perdi tanta distância


ARIEH  NATSAC

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