domingo, 21 de dezembro de 2014

QUANDO O MAU TEMPO VOLTOU



QUANDO O MAU TEMPO VOLTOU


Quando o mau tempo voltou
Ninguém com ele podia
Toda a gente se calou
Até o relógio parou
Sempre que um homem caía


Caía ao sol de inverno
Com uma ruga na cara
Julgava o mundo eterno
Sem saber que o inferno
Anda a fazer-lhe má cara


Sua casa era bem escura
Feita à sua medida
Comia toda amargura
Bebia mais a secura
De uma vida tão fingida


Mais fingida que um cigarro
Que acaba feito em nada
De algum modo tão bizarro
O suspiro do catarro
Vem lembrar o fim da estrada


Uma porta ele trancava
Com medo do que aí vinha
Ao sol poente cantava
Sua vida amargurada
Face da vida que tinha.



ARIEH  NATSAC

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