domingo, 21 de dezembro de 2014

É TENSA A MINHA VOZ



É TENSA A MINHA VOZ


É tensa a minha voz
Que me amargura o peito
Que se abre e dá a vós
É um sinal tão veloz
Num eco sem ter defeito


Falo aqui falo acolá
Mais pareço uma fragata
Que anda ao Deus dará
Logo se despenhará
Na vida como cascata


É tensa a minha voz
Na solidão que é intensa
Seu falar é tão feroz
Seja antes ou após
De um grito minha presença


Cada palavra que atiro
É uma pedra de calçada
Que suporta o meu suspiro
Alvorada qual um tiro
Acordar da madrugada


E se o dia se insinua
Como o luar de Agosto
Sinto-me preso na rua
Como a ave que flutua
Na manhã beija-me o rosto


Vibra o mar da minha terra
A minha voz não se apaga
É palavra que navega
Perde-se para lá da serra
Com minha voz se embriaga.



ARIEH  NATSAC

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