segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O CARPINTEIRO


O CARPINTEIRO



Bate bate prego a fundo
Numa plaina a sua vida
Nas aparas de um segundo
De uma arvore não vencida


Num formão ganhou a forma
Na fenda que chave deu
Parafuso dá-lhe a reforma
Numa porta que se ergueu


Sua vida foi consumindo
Junta pó com servidão
Nas tábuas foi abrindo
Tábuas do seu caixão


Ganham forma as mobílias
As talhas e muito mais
Na força sem quezílias
Labores intemporais


Cada peça é uma arte
É uma vida espelhada
Que nunca o olhar se farte
Da sua obra acabada.




ARIEH  NATSAC

Sem comentários:

Enviar um comentário