SILÊNCIO
Passo no tempo que m’invade sem tempo
Eis que a noite se humilha e s’ aproxima
Oiço melodias estranhas que não conheço
Mas que a doce natureza me ensina
Os meus passos lentos são bem firmes
A terra o meu negro tapete que piso
Caminho sem ver que a luz é bem frágil
Embebo-me num luar que bem preciso
Neste meu caminhar sem ter um rumo
Do qual não conheço principio nem fim
Sei que há olhos ocultos e luzentes
Misteriosamente então postos em mim
Cego mas ainda sem estar mudo
Arrasto-me no silêncio que vai fugindo
Quero fugir num clarão sem trevas
E sentir que o doce eterno vai surgindo.
ARIEH NATSAC
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