O FADO NÃO TEM BARREIRAS…
Foi numa feira de gado
Que eu ouvi cantar o fado
A um fadista de raça
Um fadista marialva
Batendo todos à palma
Com certo jeito e tal graça
E pela noite fora
Até ao romper da aurora
O fado foi cantado
Entre o cheiro a vinhaça
E o expirar duma fumaça
Que me punha embriagado
Era um fado bem brigão
Regado com carrascão
Fazendo chorar a guitarra
Falava de toiros campinos
Dos seus comuns destinos
Que à lezíria os amarra
O fado para ser sentido
Tem de ser cantado e vivido
Bem no seu ambiente
Cantar o fado é condão
É ter garra e inspiração
Que vem da alma da gente
Nessa feira em Santarém
Cantou-se o fado tão bem
Com orgulho e altivez
O fado não tem barreiras
Conserva as suas maneiras
No calão bem Português.
ARIEH NATSAC
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