sexta-feira, 23 de março de 2012

O FADO NÃO TEM BARREIRAS

O FADO NÃO TEM BARREIRAS…


Foi numa feira de gado
Que eu ouvi cantar o fado
A um fadista de raça

Um fadista marialva
Batendo todos à palma
Com certo jeito e tal graça

E pela noite fora
Até ao romper da aurora
O fado foi cantado

Entre o cheiro a vinhaça
E o expirar duma fumaça
Que me punha embriagado

Era um fado bem brigão
Regado com carrascão
Fazendo chorar a guitarra

Falava de toiros campinos
Dos seus comuns destinos
Que à lezíria os amarra

O fado para ser sentido
Tem de ser cantado e vivido
Bem no seu ambiente

Cantar o fado é condão
É ter garra e inspiração
Que vem da alma da gente

Nessa feira em Santarém
Cantou-se o fado tão bem
Com orgulho e altivez

O fado não tem barreiras
Conserva as suas maneiras
No calão bem Português.



ARIEH  NATSAC

Sem comentários:

Enviar um comentário